terça-feira, 9 de março de 2010

Campanha da Fraternidade 2010 - Dom Jaime Vieira Rocha

"Meu irmão, minha irmã em Cristo, no momento em que vivenciamos o Tempo da Quaresma em preparação para a Festa da Páscoa do Senhor, a Igreja do Brasil nos oferece uma grande oportunidade de sincera conversão: a campanha da fraternidade 2010.

Tendo como referência o Texto-Base da Campanha de 2010, devemos recordar que, em todas as Campanhas da Fraternidade realizadas até hoje, os temas se voltam para a valorização da pessoa humana, o cuidado da natureza e os direitos essenciais dos seres humanos, compreendidos como filhos preciosos e amados de Deus. Todos os anos, a Palavra de Deus é a fonte inspiradora para a escolha dos lemas. O trecho inspirador do ano de 2010 é: “Ninguém pode servir a dois senhores: ou odiará a um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6,24).

Desse modo, a Campanha da Fraternidade 2010 tem como Tema “Economia e Vida” e por Lema “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6,24). O objetivo geral da Campanha é “colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão”.

Este objetivo exige que haja justiça social, consciência ambiental,

sustentabilidade, empenho na superação da miséria e da fome e, de um modo geral, que se considere com atenção especial, a dignidade da pessoa e o respeito aos direitos humanos.

Assim, a Campanha da Fraternidade 2010 deseja unir os esforços dos cristãos e de todas as pessoas de boa-vontade que constituem a sociedade no empenho comum de promover uma economia a serviço da vida, sem exclusões, criando uma cultura de solidariedade e justiça que garantam a paz. Seguindo a tradição da Doutrina Social da Igreja, o Texto-Base da Campanha reafirma que a economia existe para a pessoa e para o bem comum da sociedade, rejeitando toda forma de escravidão humana imposta pela economia, pois a pessoa humana não foi criada para ser escrava de um modelo econômico, seja ele qual for.

O Bem Comum compreende a existência dos bens necessários para o desenvolvimento da pessoa e a possibilidade real de todas as pessoas terem acesso a tais bens. Isso requer o empenho social e o desenvolvimento de grupos e das pessoas individualmente, implicando a existência de paz, estabilidade e a segurança de uma ordem justa.

O lema da Campanha coloca em evidência o ensinamento de Jesus encontrado no Evangelho segundo São Mateus: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24). A Palavra do Mestre dever ressoar em nossos ouvidos e ecoar em nossos corações: “Vocês não podem servir a dois senhores”. Diante de todo ser humano coloca-se a difícil tarefa ética de escolher entre os valores do Evangelho de Cristo e do Reino de Deus e a rendição total aos valores do mundo e do mercado.

A Campanha deve ajudar a cada cidadão a reconhecer os pecados pessoais também produzem pecados sociais, fruto de nosso egoísmo e da nossa ganância, gerando as injustiças que causam exclusão, exploração e miséria. Nossas ações e nossas omissões individuais e coletivas estão conduzindo a humanidade ao sério risco destruir a vida. É necessário, pois, utilizar estratégias a fim de conclamar a todos para construir uma nova sociedade, educar essa mesma sociedade afirmando que um novo modelo econômico é possível, e denunciar as distorções da realidade econômica existente, para que a economia esteja a serviço da vida.

Esses objetivos e estratégias devem ser trabalhados em quatro níveis: social, eclesial, comunitário, pessoal. Deseja-se a preservação da grande casa comum, o planeta Terra, planeta da vida e morada da família humana, em vista da sua sustentabilidade. Buscamos mudanças na economia, na administração dessa casa comum, em fraterna cooperação entre toda a sociedade: cristãos, não-cristãos e pessoas de boa-vontade que não seguem uma doutrina religiosa. Todos somos chamados a dar a nossa parcela de colaboração nessa tarefa comum e urgente, a partir de nossa própria vida, de nossa casa, de nossa família, de nossa comunidade, de nossa Igreja.

Que o Senhor Deus nos conceda discernimento, sabedoria, força e coragem para produzirmos frutos de vida e santidade que permaneçam para salvação do mundo. Amém."

Diocese de Campina Grande

Fonte: Site da Catedral

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