quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

COMO PROCURAR E ENCONTRAR UMA CITAÇÃO BÍBLICA

Como citações tem sempre a seguinte ordem: Título do Livro (abreviado), Capítulo e versículo. 
Ex: Jo 10,10 = le-se assim: Evangelho de João, capitulo 10, versículo 10. 

 A vírgula (,) Separa o capítulo do versículo: 
(Jo 6,50 = Evangelho de João, Capítulo 6, versículo 50). 

 O Ponto (.) indica um pulo versículos entre os. Neste caso lê-se o(s) numero(s) que vem depois do Ponto: 
(Jo 1,3.9 = Evangelho de João, Capítulo 1, versículos 3 e 9). 

 O Traço (-) indica que devemos ler de um versículo até o outro: 
(Jo 17,20-26 = Evangelho de João, Capítulo 17, versículos de 20 a 26);     
Também pode indicar uma seqüência de capítulos: 
(Jo 17,20-18,12 = Evangelho de João, do capítulo 17, versículo 20 até o capítulo 18, versículo12). 

 O Ponto e vírgula (;) separam uma citação de outra: 
Jo 1,5; 16,14 = lê-se o versículo 5 do capítulo 1 e o versículo 14 até do capítulo 16.
 ou um livro do outro: Jo 1,5; Mt 1,22 = Neste caso, deve-se procurar duas como citações pedidas, um no evangelho de João e outra no evangelho de Mateus. 

 Um esse (s) indica o versículo imediatamente posterior ao citado: 
Jo 1,5 s = Evangelho de João, capítulo um, versículos cinco e seguinte, 6.
ou seja, Jo1, 5s = Jo 1,5-6. 

 Dois esses (ss) indicam os versículos seguintes ao citado, até onde se fizer necessária a citação.

As vezes encontramos um a , ou um b , ou ainda um c depois da citação fazer versículo. 
EX: Jo 1,18 a = lê-se a primeira parte do versículo dezoito. 
Quando a letra vem logo depois da citação é b, deve-se ler a segunda parte do versículo e quando é c, lê-se a terceira parte do versículo (isso acontece o porque um versículo pode ser formado por uma, duas ou até três frases). 

Quando o capítulo tem um só capítulo, omite-se a indicação do capítulo, e cita-se só o versículo.
 Ex: Jd3 = Epístola de Judas, versículo três. Quando o livro tem mais de um capítulo, o numero que vem logo após a indicação do livro é a indicação do capítulo. 
Ex: Jo2 = Deve-se ler todo o capítulo dois do Evangelho de João.

Pastoral Bíblico-Catequética
Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Arquidiocese de Pouso Alegre

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Ensinamentos sobre a Quaresma


Este é o tempo favoravél para a sua conversão.
Dois jovens se encontram no corredor do colégio e um comenta com o outro: - 'Rapaz, neste feriadão eu vou curtir todas, vou chegar na quarta só o pó';e o outro acrescenta: - 'Afinal é por isso que ela se chama Quarta-feira de Cinzas!'
Será que realmente é este o sentido da Quarta-feira de Cinzas? Será que é para depois de ter “aproveitado todas” no feriadão, chegarmos ao dia depois da terça-feira, a ponto de não termos mais força? Esgotados por termos buscado a qualquer custo um prazer egoísta? Penso que nem preciso dar a resposta a essas perguntas.
A Quarta-feira de Cinzas, dia de preceito (aqui recorro ao meu amigo dicionário para traduzir o significado deste termo – aquilo que se recomenda praticar, regra ou norma), é um dia em que todo cristão católico, batizado, deve participar da solene Liturgia da Cinzas. Esta celebração marca a abertura da Quaresma, tempo privilegiado de conversão e preparação para a Páscoa do Senhor. 
A liturgia da Santa Missa desse dia possui algumas particularidades próprias como: a omissão do ato penitencial, que é substituído pela imposição das cinzas; o "Glória" e o "Aleluia" não são cantados. Porém, o fator marcante e que remonta à tradição da Igreja é a bênção e a distribuição das cinzas, acompanhadas das seguintes palavras: “Convertei-vos e crede no Evangelho” ou então: “Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar”.
As cinzas, desde o Antigo Testamento, possuem um sinal de penitência. Podemos perceber esta realidade na famosa passagem de Jonas, na qual, ao percorrer Nínive, e profetizar aquilo que o Senhor faria com a cidade num prazo de quarenta dias, a cidade então se converte a Deus, proclama um grande jejum a ponto de o próprio rei se vestir de saco e sentar-se sobre as cinzas (cf. Jn 3, 4-6). Já na Antiguidade, quando as penitências deveriam ser feitas no período quaresmal e duravam vários dias, os penitentes eram admitidos à penitência pública oficial, celebrava-se no início desse tempo [Quaresma], na Quarta-feira de Cinzas, a imposição das cinzas e do cilício.

Ainda hoje o sentido de recebermos as cinzas é o mesmo, refletirmos aquilo que somos diante de Deus, reconhecer n'Ele o nosso único Senhor, perceber que necessitados de conversão, nos arrependemos de nossos pecados. Atitudes que devem percorrer um longo período.

Mas antes de falar deste período gostaria de dizer que, no mesmo colégio dos jovens acima, outras duas jovens conversam sobre a festa que uma delas vai realizar daqui a um mês e meio, seu aniversário de 15 anos.
A que vai aniversariar é questionada pela amiga:
- E como estão os preparativos para sua grande festa, já que ela está tão próxima?
A jovem que vai fazer os quinze anos responde:
- Está uma loucura, mas os convites estão prontos, o salão e o vestido estão alugados, bem como as outras coisas da festa preparadas. Agora é só ir contando os dias para a festa chegar. Não vejo a hora!
A Quaresma (entenda a minha metáfora) é um tempo de preparação para a grande festa que o cristão celebra todos os anos. A festa da Páscoa, festa da libertação, libertação da morte e a festa da vida nova em Cristo.

Como já disse, a Quarta-feira de Cinzas é o início do tempo quaresmal, um período que se estende até a Quinta-feira Santa, antes da Missa do Senhor (também conhecida como Missa dos lava-pés ou da Instituição da Eucaristia). Quaresma, que deriva da palavra "Quadragesimae", é um período privilegiado de preparação de quarenta dias [para a Páscoa]. Na Igreja Antiga, este era o tempo no qual os catecúmenos (pessoas que se preparavam para receber o Batismo) participavam da primeira “parte da Santa Missa” (liturgia da Palavra) e se retiravam durante a liturgia Eucarística para receberem as últimas formações a respeito da vida cristã. Os catecúmenos deveriam entregar-se a uma catequese mais intensa e aos exercícios de oração e penitência. Pouco a pouco, todos os cristãos começaram a participar também deste clima, tanto para unir-se aos catecúmenos, como para renovar em si a graça de seu próprio batismo, preparando-se para a santa Páscoa, na qual, na Santa Missa da Páscoa, faziam esta renovação.

Este tempo de preparação exige recolhimento, mas também um sentimento de alegria, uma alegria que vamos ter que conter até a grande festa. É marcado por alguns sinais: 
- A Liturgia se veste de roxo – sinal de sobriedade e conversão;
- Não se canta o "Glória" e o "Aleluia" na celebração das Santas Missas – ficam guardados em nossos corações para ser entoados com grande alegria no Sábado Santo;
- O uso dos instrumentos musicais deve ser moderado, mais comedido – sinal de interioridade.

Portanto, o período quaresmal é um tempo especial de preparação, tempo em que devemos nos abrir aos irmãos na prática do amor, tempo em que devemos nos aproximar mais de Deus, tempo em que devemos jejuar mais ou nos abster de algumas coisas em sinal de despojamento. 

Convido você a se preparar para esta grande festa, a maior de todas as festas cristãs buscando a conversão de maneira mais concreta, com a ajuda das práticas quaresmais: oração, penitência e esmola.

Enviado por Tio Delmo
Texto do Diácono Eder Pires de Brito
Missionário da Comunidade Canção Nova

Momento de Oração para os Catequistas: "Vigilância na Missão"

No último domingo (16 de Fev) ocorreu o reencontro dos Catequistas Crismais da caminhada 2013/2014. Foi uma tarde para repensarmos nossas atitudes e responsabilidades enquanto catequistas.

O momento de oração foi regado pela leitura de Mt 25, 1-13 e teve como tema a "Vigilância na Missão"; iniciou-se com um espaço com Tio Delmo através da reflexão da leitura bíblica e a mensagem: 
"Peça a graça de ser vigilante na missão para que o anúncio e o testemunho estejam centrados na pessoa de Jesus Cristo"
Logo após tivemos momentos de dinâmicas e reflexões com Fausto Gutemberg, grande colaborador para o fortalecimento da Pastoral da Crisma em nossa cidade e nas atividades diocesanas; Fausto continua pensando acerca de nossas responsabilidades enquanto formadores e reforça:
"Quem quer ser catequista precisa, e deve, gostar de gente".
Por fim, encerramos a tarde com Jesus Eucarístico na Missa em nossa Catedral, e a benção de nosso pároco Pe Márcio Henrique.
Sejamos vigilantes!

Crismandos, nosso coração aperta de saudade e já está tudo sendo preparado com carinho para o nosso próximo encontro.

Aos Catequistas: CLIQUE AQUI para ter acesso a todas as fotos de nosso momento de oração.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Iluminar e dar sabor à vida

Os discípulos de Jesus de todos os tempos têm uma grande responsabilidade: “Vós sois o sal da terra; vós sois a luz do mundo”. (cf. Mt 5,13-16)
Em que sentido os cristãos são sal e luz? O mundo não se contenta em ouvir palavras bonitas, quer ver fatos. O cristão é chamado a continuar a ação do seu Mestre, verdadeira “luz do mundo”. (cf. Jo 8,12)
“Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que salgaremos?...” (Mt 5,13) Trata-se de uma imagem doméstica muito familiar para os ouvintes de Jesus daquele tempo, já que lhes recordava os antigos fornos de barro os quais para acendê-los se utilizava o sal. Esse sal quando se desgastava, ficava sem serventia.

O sal era um elemento tão importante na sociedade romana que, até a palavra “salário” derivava-se do costume romano de pagar aos soldados com uma ração determinada de sal. Também o sal era necessário antes dos sistemas de refrigeração para evitar a deterioração dos alimentos e para dar-lhes sabor. Nos primeiros séculos do cristianismo, quando era costume retardar o batismo até a idade adulta, as famílias cristãs esfregavam os lábios do recém-nascido com sal.
Quando Jesus diz aos seus discípulos que devem ser o sal da terra, Ele está lhes dizendo que não se deixem corromper, que lutem contra a corrupção, e que deem sabor cristão a tudo o que dizem e fazem.
Para não ser corrompidos é necessário ter a alma como que “blindada” com o sal do Evangelho, porque é facílimo deixar-se contaminar pela corrupção generalizada de nossa sociedade. Corrupção nas palavras e nas obras, corrupção na vida privada e na vida pública. Às vezes dá a impressão de que só não são corruptos unicamente os que não o podem e não o sabem sê-lo. Sem generalizar de mais, claro, mas sim reconhecendo que a corrupção é um fenômeno bastante generalizado em todos os âmbitos da sociedade. Se os cristãos querem ser sal da terra, devem lutar contra esse fenômeno da corrupção. E dar sabor cristão a tudo o que pensarmos, dissermos e fazermos.
“Vós sois a luz do mundo... ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim, num candeeiro, onde brilhe para todos, que estão na casa.” (Mt 5,14-15) A luz de Cristo não só deve iluminar-nos a nós, os cristãos, mas devemos iluminar com nossa vida a sociedade na qual vivemos. Viver iluminados pela luz de Cristo é viver em contínua e constante luta contra a mentira, que habita facilmente em nós mesmos e contra as múltiplas mentiras com as quais desde o café da manhã até a noite, cada dia escutamos e lemos nos meios de comunicação.
Como a corrupção também a mentira podemos dizer que se instalou poderosamente em nossa sociedade: as mentiras dos políticos, mentiras dos empresários, as grandes mentiras dos que estão acima e as pequenas mentiras dos que vivem na base social. Lutar contra a mentira, no cristão, é ser autêntico, sincero, honesto e responsável consigo mesmo e proclamar a verdade do Evangelho em voz alta e crítica frente às vozes mentirosas e interessadas da sociedade na qual vivemos. Em definitivo, viver na luz de Deus, na luz de Cristo, é viver convertido à verdade de Cristo.
Para mim esse “candeeiro” onde se coloca a luz me recorda esses lugares, esses âmbitos da vida e da sociedade onde se tomam as grandes decisões que nos afetam a todos. Estar nesses lugares é estar aí iluminando, mas não como qualquer luz, mas sim a luz de Cristo, a luz do Evangelho, evangelizar.
Quando falamos de “evangelizar” quase sempre o entendemos em chave doutrinal: levar a doutrina de Jesus Cristo contida no catecismo da Igreja àqueles que não a conhecem. Mas, evangelizar não significa só anunciar verbalmente uma doutrina, mas sim, fazer presente na vida das pessoas a força iluminadora, humanizadora e libertadora que se encerra no acontecimento e na pessoa de Jesus Cristo. Para isso é necessário contar com pessoas que sejam testemunhas vivas do Evangelho em sua vida diária, em sua família, em seu lugar de trabalho ou de lazer, em seu bairro, na sociedade civil. Pessoas capazes de sanear a sociedade introduzindo nela valores morais e éticos como a honestidade, a verdade e tantos outros; que não se deixem corromper pela ambição desenfreada do dinheiro, nem pelo atrativo do lucro ou do sucesso. Pessoas que desenvolvem a solidariedade responsável frente a tantos corporativismos; pessoas que introduzam a compaixão numa sociedade desapiedada que parece reprimir cada dia mais a “cultura do encontro”.
Mas, para isso devemos “sair”. Uma nova evangelização implica ir ali onde se vive a vida de cada dia e olhar o mundo como Deus o olha: às vezes com olhos de compaixão e outras com olhos de indignação. E isso implica também não ter medo de dialogar com a sociedade e mesclar-se com outros grupos ou pessoas de qualquer ideologia que trabalham por um mundo melhor: associações, organizações não governamentais, sindicatos, partidos políticos etc. Nosso sal se torna insosso se não salgamos; nossa luz não ilumina se fica escondida. A luz pela sua natureza, é feita para iluminar, para mostrar visível e publicamente, não para ficar escondida ou no anonimato.
À luz dos verdadeiros cristãos, sua prática de uma justiça generosa e misericordiosa, deve iluminar a sociedade na qual vivemos. Distinguimos-nos precisamente os cristãos, dentro de nossa sociedade, por sermos pessoas especialmente generosas, misericordiosas e justas, tal como nos recomenda hoje o profeta Isaías (cf. Is 58,7-10) e tal como viveu e praticou nosso Mestre e Senhor? Também nossa sociedade de hoje pode dizer, como nos primeiros tempos do cristianismo, que nos cristãos se nos nota nossa condição cristã, pelo amor generoso e desinteressado que temos e mostramos em nosso comportamento diário? Porque uma Igreja que não mostre e demonstre seu amor para com os mais pobres, nos disse o Papa Francisco, não é a Igreja de Cristo.
Temos em nossas mãos o sal do amor e a luz da fé. É-nos dado por Deus para fazer maravilhas no mundo. Hoje podemos nos perguntar: onde faz falta ser sal ou luz? Onde eu faço falta? Onde está fazendo falta meu amor e minha fé? Que nos façamos presente na sociedade sem perder nossa identidade cristã, sem esconder nossa condição de seguidores de Jesus. Se nos conformarmos com ser cristãos só aqui, dentro do templo, deixaremos de ser a luz do mundo. Se reduzirmos nossa fé ao “saleiro” de nossa vida privada, seremos um sal insípido e uma luz escondida.
“Brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus”. (Mt 5,16) “Brilhemos!” Que brilhe nosso sal (amor) e nossa luz (fé) diante das pessoas. Aqui está uma característica importante do testemunho cristão: a “transparência”. Os cristãos devem praticar as obras que não concentrem a atenção sobre quem as cumpre, mas devem dirigir o olhar para o Pai. Como o profeta Isaías nos indica: “Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa os pobres. Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. Então brilhará tua luz como a aurora.” (Is 58,7-8)
Não somos sal e luz só com palavras, mas com obras, não as obras do poder e da “mídia”, mas do amor aos pobres, nossa opção preferencial.

Texto do;
Padre José Assis Pereira 
* Padre José Assis Pereira Soares é párcoco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no bairro da Palmeira.