quinta-feira, 31 de maio de 2012

Por que devo ir à igreja?


Lá mataremos nossa sede


Nas regiões onde a carência de água é bastante prejudicial à sobrevivência do ser humano, os caminhões-pipa são indispensáveis para que muitas famílias possam receber periodicamente o mínimo necessário de água para sua sobrevivência. Sem este veículo que leva a água em seu reservatório, muitas famílias estariam condenadas a conviver com a falta d'água. E todos sabem que esse líquido é um elemento necessário para nossa sobrevivência.

O caminhão-pipa transportando a água está de certa forma levando vida a todos aqueles que dependem  dessa substância para continuar vivos. Abastecido, ele cumpre o seu papel de ser um rio onde não há nascentes.

Muitas pessoas se perguntam qual a importância de participar da Igreja. Muitos se afastam da comunidade cristã pelos mais variados motivos. Outros até participam, mas voltam para casa do mesmo modo como chegaram. Em meio a uma sociedade que, muito rapidamente, vai criando a mentalidade de que a espiritualidade é algo individualista, qual o sentido de participar da Igreja? Por que ir à igreja?
Muitas vezes se chega à igreja como um caminhão-pipa, porém vazio, sem a água necessária que é sinal de vida. Diante do mistério de Deus, da Palavra proclamada, refletida e meditada, do pão e do vinho que se tornam o Corpo e Sangue de Cristo, nos abastecemos da Vida em Plenitude oferecida pelo próprio Cristo. Deste modo voltamos para casa cheios da Água Viva e, assim, podemos partilhar com aqueles que convivem conosco a Água que em nós foi depositada em nosso coração.

O coração é o depósito da Vida em Plenitude, no qual levamos o amor de Deus a nossos irmãos e irmãs. Quando deixamos de participar da Igreja nosso coração fica vazio e seco. Como alguém pode saciar a sede de outra pessoa se não possui nem mesmo água suficiente para saciar a própria sede?

Um caminhão-pipa só cumpre seu papel se estiver abastecido de água. Um ser humano só se sente completo como pessoa se estiver abastecido da presença de Deus. Por que ir à igreja? Ir à igreja porque nela está a Fonte de Água Viva, que sacia nossas sedes interiores. E porque, uma vez abastecidos da presença de Deus em nós, podemos levar esta mesma Água a todos aqueles que pedem uma gota da Água da Vida, a qual lhes devolva o sentido de viver em uma sociedade que partilha outras águas artificiais que não saciam a sede; mas pelo contrário, fazem com que o ser humano sempre tenha mais sede de vida verdadeira.

Ir à igreja porque lá encontramos a comunidade reunida. Na união com os irmãos e irmãs de comunidade partilhamos as dores e alegrias da vida em uma comum unidade. Ir à igreja porque é lá que o milagre da Eucaristia acontece em toda Santa Missa celebrada. Ir à igreja para voltarmos para casa melhores do que chegamos.

Muitas pessoas quando voltam para casa, ouvem de seus familiares: “Você foi rezar e voltou pior?” Quando voltamos para casa abastecidos do Amor de Cristo em nós é impossível voltarmos para o cotidiano da vida do mesmo jeito que chegamos. Somente quem teve sua sede saciada por Deus poderá saciar a sede de outras pessoas com o mesmo amor que recebeu.

Se o caminhão-pipa leva a água que sacia a sede humana biológica, nós somos convidados a sair da igreja com o coração abastecido da Água Viva que sacia a nossa sede humana do Amor Divino.

Texto do Padre Flávio Sobreiro, disponível no site da Canção Nova

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Com certeza Ele entende.



Boa tarde caros leitores do nosso querido Blog... hoje recebi via e-mail de alguém que muito admiro este vídeo... com apenas uma frase no corpo da mensagem: "Porque Ele sempre vai entender..."
Quem me conhece sabe que não curto correntes, nem mesmo leio muitas destas mensagens/textos que chegam por e-mail... mas não sei por que raios decidi parar para ver este vídeo.
No começo achei até meio sem noção a comparação feita... mas quando a ficha cai... não tem como não se emocionar. Não tem como não se sentir tocado pela sinceridade do choro e das palavras do pequeno Logan.
Enfim... para aqueles momentos imensamente difíceis... onde achamos que ninguém consegue entender o que sentimos... a frase e o vídeo se encaixam perfeitamente.
Um forte abraço a todos e uma tarde abençoada.

Evangelho segundo São Marcos: capítulo 4


Continuando com a nossa leitura do evangelho de São Marcos, segue agora o capítulo 4.

Marcos: Capítulo 4.

 1.Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou em terra na praia.2.E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. Dizia-lhes na sua doutrina:3.Ouvi: Saiu o semeador a semear. 4.Enquanto lançava a semente, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. 5.Outra parte caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a terra não era profunda;6.mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como não tivesse raiz, secou. 7.Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram, sufocaram-na e o grão não deu fruto. 8.Outra caiu em terra boa e deu fruto, cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem.9.E dizia: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! 10.Quando se acharam a sós, os que o cercavam e os Doze indagaram dele o sentido da parábola. 11.Ele disse-lhes: A vós é revelado o mistério do Reino de Deus, mas aos que são de fora tudo se lhes propõe em parábolas. 12.Desse modo, eles olham sem ver, escutam sem compreender, sem que se convertam e lhes seja perdoado. 13.E acrescentou: Não entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras? 14.O semeador semeia a palavra. 15.Alguns se encontram à beira do caminho, onde ela é semeada; apenas a ouvem, vem Satanás tirar a palavra neles semeada. 16.Outros recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com alegria;17.mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, eles tropeçam. 18.Outros ainda recebem a semente entre os espinhos; ouvem a palavra,19.mas as preocupações mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e a tornam infrutífera.20.Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um. 21.Dizia-lhes ainda: Traz-se porventura a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro?22.Porque nada há oculto que não deva ser descoberto, nada secreto que não deva ser publicado. 23.Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça. 24.Ele prosseguiu: Atendei ao que ouvis: com a medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará. 25.Pois, ao que tem, se lhe dará; e ao que não tem, se lhe tirará até o que tem. 26.Dizia também: O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra. 27.Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber. 28.Pois a terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga. 29.Quando o fruto amadurece, ele mete-lhe a foice, porque é chegada a colheita. 30.Dizia ele: A quem compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? 31.É como o grão de mostarda que, quando é semeado, é a menor de todas as sementes. 32.Mas, depois de semeado, cresce, torna-se maior que todas as hortaliças e estende de tal modo os seus ramos, que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra.33.Era por meio de numerosas parábolas desse gênero que ele lhes anunciava a palavra, conforme eram capazes de compreender. 34.E não lhes falava, a não ser em parábolas; a sós, porém, explicava tudo a seus discípulos.35.À tarde daquele dia, disse-lhes: Passemos para o outro lado. 36.Deixando o povo, levaram-no consigo na barca, assim como ele estava. Outras embarcações o escoltavam. 37.Nisto surgiu uma grande tormenta e lançava as ondas dentro da barca, de modo que ela já se enchia de água. 38.Jesus achava-se na popa, dormindo sobre um travesseiro. Eles acordaram-no e disseram-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos? 39.E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Silêncio! Cala-te! E cessou o vento e seguiu-se grande bonança. 40.Ele disse-lhes: Como sois medrosos! Ainda não tendes fé?41.Eles ficaram penetrados de grande temor e cochichavam entre si: Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?

terça-feira, 29 de maio de 2012

O triunfo de Maria, a enamorada de Deus

Por Pe. José Assis Pereira Soares, da Paróquia de N. Sra. de Fátima, bairro da Palmeira, em Campina Grande.

“O templo de Deus que está no céu se abriu, e apareceu no templo a arca da sua aliança.” (Ap 11,19) A liturgia da Festa da Assunção da Virgem Maria ao céu nos permite fazer esta experiência, contemplar Maria, vê-la no interior do espaço divino como a Arca que contém Deus. “A Arca do Antigo Testamento era sinal da presença de Deus entre o seu Povo; no seu interior, guardava-se a sua Palavra, resumida nas Tábuas da Lei. Menciona-se hoje esta passagem porque Maria é a Arca da Nova Aliança, em cujo seio o Filho de Deus, o Verbo, a Palavra de Deus feita carne, habitou durante nove meses, e que, com a sua assunção aos céus, encontrou a sua morada definitiva no seio da Santíssima Trindade. Conta uma antiga tradição judaica que, quando Jerusalém foi destruída pelos exércitos da Babilônia, o profeta Jeremias retirou a Arca e escondeu-a em algum lugar secreto. Desde então não se voltou a ter nenhuma notícia dela. São João conta-nos que a viu no Céu.” (Carvajal, 1992.) É Maria a Arca da Nova Aliança, a portadora de Cristo, a “Theotokos” (Mãe de Deus). A liturgia desta festa da Assunção de Maria ao céu fala do agradecimento do amor de Maria dado de maneira incondicional no seu sim a Deus e à humanidade.
O conceito de “relação” pode nos servir para estabelecer um laço de união entre os textos da festa da Assunção de Maria. A relação de Maria com a Igreja na imagem é sinal da mulher do Apocalípse. Como o Papa Paulo VI a chamou “mãe, filha e irmã”: “Ó Maria, faz com que esta Igreja, que é de Jesus e tua, como ela mesma se define, te reconheça como sua Mãe e Filha e Irmã eleita, como seu modelo incomparável, a sua glória, a sua alegria e a sua esperança”. (Tavard, 1999.) A relação de Maria com seu Filho Jesus Ressuscitado descrito pelo apóstolo Paulo na Carta aos Coríntios: “A Assunção de Maria é uma preciosa antecipação da nossa ressurreição e baseia-se na ressurreição de Cristo, que transformará nosso corpo corruptível, fazendo-o semelhante ao seu corpo glorioso.” (cf. Fl 3,21) (Ibid. Carvajal.) e a relação de Maria com Deus na oração do “Magnificat” do texto do evangelho segundo Lucas, como falou o Papa João Paulo II: “As palavras do Magnificat de Maria têm um conteúdo profético que se relaciona não só com o passado de Israel, mas também com todo o futuro do povo de Deus na terra.” (Dives in Misericordia, n. 10)
“Um sinal grandioso apareceu no céu: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas, estava grávida e gritava, entre as dores do parto, atormentada para dar à luz.” (Ap 12,1-2) O autor do quarto evangelho e vidente no Apocalípse fala com frequência com uma linguagem feita de “sinais”. É uma coisa curiosa que no evangelho, no primeiro “sinal” que Jesus realiza nas bodas de Caná (cf. Jo 2, 1-12) ou no último sinal, apareça a figura da “mulher”. Em Caná intercedendo pelos noivos e no Apocalípse enfrentando o dragão. Em ambos os sinais sua intervenção é providencial.
A Igreja sempre interpretou a imagem desta mulher, ora como Israel, ora como a Igreja, a nova comunidade que gera filhos para uma vida nova ao longo da história ou também como Maria, a filha dessa Igreja libertada e salva, irmã nossa, que vive e sente como nós e é ressuscitada como nós, mesmo sendo a mãe de nosso Salvador e por isso é também nossa mãe. A mulher que gritava entre espasmos, experimenta uma dupla maternidade, no dia do nascimento do seu Filho e no dia de sua crucifixão e morte, pois o autor do quarto evangelho a vê também junto à cruz no dia em que lhe arrebataram o Filho (cf. Jo 19, 25-27).
“Apareceu então outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo... O Dragão postou-se diante da Mulher que estava para dar a luz, a fim de lhe devorar o filho, tão logo nascesse.” (Ap 12,3-4) A Mulher do Apocalípse reúne todas as esperanças das pessoas, toda nossa história de ilusões e desencantos, todo o caminho que a humanidade realizou desde o princípio com seus acertos e suas dificuldades. Mas o dragão espera em frente à mulher, diante da humanidade, disposto a devorar a criança, disposto a fazer impossível que as suas esperanças se convertam em realidade. O Dragão é tudo aquilo que no mundo impede que as pessoas possam viver de verdade a esperança. E não só isso: também toda enfermidade, toda impotência ante nossas limitações, e finalmente a morte.
Quando o Apóstolo Paulo enfrenta os que negam a ressurreição dentre os mortos, se apóia na ressurreição de Cristo: “Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram.” (1Cor 15,20)
É um grito de vitória, uma afirmação desafiante frente aos que afirmam que depois da morte não há nada. Cristo ressuscitou, há uma vida nova, nele se resolve o drama da humanidade; por isso é daqui que se arranca a verdadeira teologia da Assunção, quer dizer, da ressurreição de Maria. Porque a Assunção não é outra coisa que a ressurreição, que tem na de Cristo seu modelo, o mesmo que sucederá conosco. Iniciava-se assim o desfile triunfal dos vencedores, tendo Jesus como primícias e seguido de Maria e todos os outros quantos vão atrás e que têm que esperar ainda o último dia, quando o Senhor voltará glorioso e julgará vivos e mortos. Sem dúvida, há uma exceção a essa regra, Maria Santíssima. Ela foi concebida sem pecado e, portanto, era lógico que não se submetesse ao poder da morte como as outras pessoas. Assim o reconheceram os cristãos desde os primeiros tempos. Por fim, a Igreja, em 1950 se pronunciou solenemente e por meio do Papa Pio XII declarou o dogma da “Assunção de Maria aos céus”.
No evangelho (Cf. Lc 1, 39-56) contemplamos o “Magnificat”, o cântico-oração da Virgem Maria expressa nos primeiros momentos da sua visita a Isabel. Não há em toda a Escritura outra oração que ofereça uma tão grande transcendência profética. As gerações posteriores a Maria se tem prostrado ante a maravilha que foi sua vida na terra, como Mãe de Deus e cantora profética da redenção.
É um cântico de “mulher” e como tal, forte, penetrante, espiritual e teológico. É um canto para saber que a morte não tem a última palavra. É um canto a Deus, e isso se nota. Não se trata de uma oração egocêntrica de Maria, um canto de liberdade. De alguma maneira, também assim o concebeu Lucas, seja ou não seu autor último. Não seria adequado agora desentranhar a originalidade literária deste cântico; se é um cântico de Maria ou de Isabel, tomado do de Ana, a mãe de Samuel (cf. 1Sam 2,1-10) quase pelos mesmos benefícios de um filho que acaba com a esterilidade materna. Na realidade existem indícios de que podia ser assim, mas a maioria pensa que Lucas atribui a Maria a causa da bênção como resposta às palavras de Isabel, assim ficará para sempre. É um cântico de uma enamorada de Deus. Lucas quis mostrar-nos com este cântico uma jovem que, depois do que “passou” na Anunciação (cf. Lc 1, 26-38) é uma jovem “apaixonada de Deus”. Essa é sua força. Ela entrega a Deus seu sonho, sua maternidade, seu amor, sua pessoa. Ela é plenamente entregue à causa de Deus.
É um cântico para mostrar que, se se conta com Deus na vida, tudo é possível. “Ele olhou para a humilhação de sua serva.” (Lc 1,48) Maria no “Magnificat” se reconhece que “o Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor” (Lc 1,49). Primeiramente, a plenitude da graça de ser concebida sem pecado, graça que a acompanhou ao longo de sua existência terrena. Depois, o mistério da maternidade divina, maravilhoso gesto de amor do Pai a Maria e à humanidade inteira. As coisas grandes de Deus em Maria não terminam com o nascimento de Jesus; Deus segue atuando com sua grandeza na alma e na vida de Maria, e a última dessas grandes coisas de Deus nela será precisamente a assunção em corpo e alma à glória celestial. Maria é a possuída pela graça, no corpo e na alma, a imaculada, na qual nada há de corruptível, porque tudo em sua pessoa é graça, puro dom de Deus operado em Maria.
Este cântico é libertador, alguém já chamou Maria de revolucionária, por causa desta oração, mas isso é só um conceito relativo, vale mais dizer que ela é portadora da justiça divina. Deus é a força dos que não são nada, dos que não têm nada, dos que não pertencem aos poderosos. Não prevalecem junto a Deus os orgulhosos ou soberbos, por isso “Ele depôs poderosos de seus tronos, e a humildes exaltou. Cumulou de bens os famintos e despediu ricos de mãos vazias.” (Lc 1,52-53) Porque suas riquezas, muito provavelmente, provêm da exploração dos pobres. Despedi-los de mãos vazias, é simplesmente, fazer justiça.
Mas, Maria, com toda sua grandeza, não é uma mulher diferente das outras mulheres da terra. Ela é inteiramente mulher, não um ser superior vindo de outro planeta nem uma criatura sobrenatural caída do céu. Ela se apresenta no Evangelho com todas as características de sua feminilidade e de sua maternidade em circunstâncias históricas concretas, às vezes pintadas pela dor, outras coroadas pela alegria. Sente como mulher, raciocina como mulher, sofre como mulher, ama como mulher. Sua grandeza não procede dela, senão da obra maravilhosa de Deus, isso acolhida fielmente por Maria. Sua Assunção em corpo e alma ao céu não a distância de nós, e a faz mais poderosa para olhar para todos, seus irmãos e irmãs, com olhos de amor e de piedade. Sua presença gloriosa no céu nos fala não só de um privilégio de Maria, senão de um chamado que Deus faz a todos para participar dessa mesma vida na plenitude de nosso corpo e de nossa alma. Como mulher de nossa raça, ela é a figura mais sublime de humana criatura ao mesmo tempo em que é a mais terna e maternal.
Jesus e Maria, sua Mãe, já passaram a porta do céu com a plenitude de seu ser. Nós estamos, todavia no umbral, vivendo na espera e esperança, mas com a segurança de que chegará o momento em que a porta se abrirá para todos e começaremos a viver em um mundo novo. Não é sonho, não é simples promessa. É realidade que esperamos com absoluta confiança no poder de Deus. A Assunção de Maria é garantia de nossa esperança. Não é algo deveras maravilhoso que o destino glorioso de Maria seja também nosso último e definitivo destino?

Bibliografia:
Textos e referências bíblicas: Bíblia de Jerusalém, São Paulo, Paulus, 2002.
Carvajal, Francisco Fernandez. Falar com Deus, meditações para cada dia do ano, vol. 7. São Paulo, Quadrante, 1992.
Tavard, George H. As múltiplas faces da Virgem Maria. São Paulo, Paulus, 1999.

Disponível no site da Diocese de Campina Grande

sábado, 26 de maio de 2012

Download Cd: Walmir Alencar - Onde Está o Teu Irmão?


Bom dia caros leitores, segue abaixo Links para Download do

CD Walmir Alencar - Onde Está o Teu Irmão?



Para Walmir Alencar a produção de seu mais recente trabalho musical pela Paulinas-COMEP foi o maior desafio que já enfrentou na carreira solo. Não é por menos. Poucos são os cantores/compositores que se propõem a produzir um CD seguindo uma certa unidade temática na maioria das letras das canções.

Segundo o cantor, sua imagem artística vem sendo associada a um trabalho de espiritualidade voltada para o louvor e a contemplação. Por isso, neste CD, se empenhou com determinação em elaborar um repertório que remetesse àquela espiritualidade vinculada à experiência religiosa do amor ao próximo, da vida em comunhão com os irmãos, da solidariedade e da fraternidade.

Onde está o teu irmão?, pelo tema e por sua mensagem, figura como uma excelente opção de presente e reflete o nível de maturidade alcançado por Walmir Alencar, como uma das maiores personalidades da música pop católica, tanto como compositor quanto como intérprete.
  







quinta-feira, 24 de maio de 2012

A verdadeira razão de estarmos aqui :)

Depois de um bom tempo, volto pra postar um vídeo com vocês e lembrar que mesmo nos momentos de dificuldade não esqueçam de fazer suas orações, em todos os momentos a gente deve manter nossas conexões com Deus. Deus é um amigo que a gente não precisa ficar com vergonha de pensar se tá tarde em ligar ou se Ele vai tá com a namorada ou namorado e a gente não liga também pra não atrapalhar. Ele vai tá sempre ali, esperando, olhando pra gente com olhar mais lindo. Querendo saber nossas dores, nossas preocupações, tudo aquilo que aflige a gente. Porque a vida não é fácil, mas Ele sempre vai estar presente em nossas vidas, nos carregando nesses momentos, "pois Tu és o meu amparo e meu refúgio, És a alegria de minha'alma" e se estou aqui é SÓ POR TI JESUS.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Evangelho segundo São Marcos: capítulo 3

Continuando com a nossa leitura do evangelho de São Marcos, segue agora o capítulo 3.

Marcos: Capítulo 3.


 1.Noutra vez, entrou ele na sinagoga e achava-se ali um homem que tinha a mão seca.2.Ora, estavam-no observando se o curaria no dia de sábado, para o acusarem.3.Ele diz ao homem da mão seca: "Vem para o meio." 4.Então lhes pergunta: "É permitido fazer o bem ou o mal no sábado? Salvar uma vida ou matar?" Mas eles se calavam. 5.Então, relanceando um olhar indignado sobre eles, e contristado com a dureza de seus corações, diz ao homem: "Estende tua mão!" Ele estendeu-a e a mão foi curada. 6.Saindo os fariseus dali, deliberaram logo com os herodianos como o haviam de perder. 7.Jesus retirou-se com os seus discípulos para o mar, e seguia-o uma grande multidão, vinda da Galiléia. 8.E da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do além-Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidônia veio a ele uma grande multidão, ao ouvir o que ele fazia. 9.Ele ordenou a seus discípulos que lhe aprontassem uma barca, para que a multidão não o comprimisse. 10.Curou a muitos, de modo que todos os que padeciam de algum mal se arrojavam a ele para o tocar. 11.Quando os espíritos imundos o viam, prostravam-se diante dele e gritavam: Tu és o Filho de Deus! 12.Ele os proibia severamente que o dessem a conhecer. 13.Depois, subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a ele. 14.Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia. 15.Ele os enviaria a pregar, com o poder de expulsar os demônios. 16.Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro; 17.Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer Filhos do Trovão. 18.Ele escolheu também André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador; 19.e Judas Iscariotes, que o entregou.20.Dirigiram-se em seguida a uma casa. Aí afluiu de novo tanta gente, que nem podiam tomar alimento.21.Quando os seus o souberam, saíram para o reter; pois diziam: "Ele está fora de si." 22.Também os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: "Ele está possuído de Beelzebul: é pelo príncipe dos demônios que ele expele os demônios."23.Mas, havendo-os convocado, dizia-lhes em parábolas: "Como pode Satanás expulsar a Satanás? 24.Pois, se um reino estiver dividido contra si mesmo, não pode durar. 25.E se uma casa está dividida contra si mesma, tal casa não pode permanecer. 26.E se Satanás se levanta contra si mesmo, está dividido e não poderá continuar, mas desaparecerá. 27.Ninguém pode entrar na casa do homem forte e roubar-lhe os bens, se antes não o prender; e então saqueará sua casa.28."Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias; 29.mas todo o que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno." 30.Jesus falava assim porque tinham dito: "Ele tem um espírito imundo." 31.Chegaram sua mãe e seus irmãos e, estando do lado de fora, mandaram chamá-lo. 32.Ora, a multidão estava sentada ao redor dele; e disseram-lhe: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram." 33.Ele respondeu-lhes: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"34.E, correndo o olhar sobre a multidão, que estava sentada ao redor dele, disse: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 35.Aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe."

Música Deus é Maior



Pedido: Gente e nosso post de hoje vai como um pedido...o grande amigo e parceiro da nossa igreja, crisma e missa está está participando de um concurso de composições católicas inéditas. Os vencedores participarão da gravação do CD 3 do Bote Fé. Só ir em composições e curtir as músicas dele que foram aprovadas para o concurso. Você ainda pode ouvi-las e acompanhar a letra. Eu curti!


Para Votar... (é rapidinho nem tem confirmação é só clicar)

Perfil de José Franco Júnior

Tenho 31 anos, moro há 16 anos em Campina Grande - PB. . Ministro de música desde 1996, quando comecei a participar da RCC em um dos grupos da minha cidade, além de servir nas Santas Missas e encontros como EJC. Participo ativamente da paróquia da Catedral Diocesana de Campina Grande, onde toco e componho no Ministério de Louvor e Música Restauração.

Amo música e louvo a Deus todos os dias pelos dons e talentos que Ele tem nos dado.


Letra da música:
Deus é Maior

Nenhum pecado
Nenhuma dor
Nada é maior que Deus
Nada resiste ao Seu Amor

Deus é maior que meus problemas
Eu confio em Deus e me coloco em Suas mãos

Senhor, eu não sou digno
De que entreis em minha morada
Mas dizei uma só palavra
E eu serei salvo.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Crises e cruzes na vocação cristã

Por: Pe. Assis Soares - Pároco de N. Sra. de Fátima, em Campina Grande.
A palavra “vocação” qualifica muito bem as relações que Deus estabelece com cada ser humano. Na realidade dizemos, “cada vida é uma vocação” porque é um chamado e resposta, um diálogo de amor que Deus inicia com sua criatura, fazendo-a sentir-se amada por um amor infinito e chamada a uma missão especial, a santidade. “Este ideal não é um caminho extraordinário, que possa ser percorrido apenas por algum ‘gênio’ da santidade, mas o caminho ordinário que deve ser palmilhado por qualquer cristão”. (João Paulo II) Portanto, ao falar de “vocação cristã”, nos referimos a um chamado específico à santidade da vida, o cristão é chamado a viver uma nova vida, a “viver em Cristo”. A vocação é na vida de cada homem ou mulher, o que dá sentido a toda a sua existência. Enganar-se acerca da própria vocação pode implicar a frustração, o fracasso total de uma vida.
A vocação é um chamado divino, não é uma iniciativa pessoal, não é fruto dos méritos pessoais, é simplesmente dom de Deus. E este dom passa por um caminho interior, às vezes por momentos obscuros e até pela experiência do sofrimento, por crises como vemos no dramático testemunho de um vocacionado, o profeta Jeremias (cf. Jr 20,7-9).
Todos os grandes vocacionados e vocacionadas deixaram a história da sua vocação, do seu encontro com Deus, dentro do qual compreenderam a sua vocação e missão. Cada um com o seu estilo, de forma diferente, mas sempre com certeza, segurança e firmeza e todos também deram testemunho que a vocação passa por momentos de obscuridade onde até parece que Deus abandonou o seu “vocacionado”. Jeremias (650 a.C) aos vinte anos tem plena consciência de sua vocação de profeta. Ele não tem essa vocação por capricho, nem porque goste, mas porque Deus o chamou: “Antes mesmo de te modelar no ventre materno, eu te conheci; Eu te constituí profeta.” (Jr 1,5)
A certa altura de sua caminhada o profeta analisa as consequências de sua vocação numa crise vocacional: “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir; tu te tornaste forte demais para mim, tu me dominaste.” (Jr 20,7) “É a crise mais forte, mais dura e graças à qual possuímos uma experiência do que realmente é e implica uma vocação, em que consiste vivencialmente a inspiração profética... A intimidade de Jeremias fica a descoberto. Com a imagem mais atrevida que encontramos em toda a Bíblia, ele acusa Deus de tê-lo enganado, de tê-lo seduzido sem que ele pudesse resistir: como se engana e seduz uma jovem virgem para depois a deixar”. (Bíblia Litúrgica)
“Seduziste-me Senhor e eu me deixei seduzir!” Um dos verbos mais famosos da linguagem profética está presente nesta confissão: “seduzir”. O profeta confessa que ele se deixou seduzir e os seduzidos são sempre os apaixonados ou fascinados. No fundo este desabafo é um canto de amor. Na verdade o profeta sente Deus assim, um forte sedutor. Diante do seu fascínio, não pode resistir. Mas, ao mesmo tempo se sente enganado por Deus. “O Senhor prometera-lhe estar com ele. Enviara-o a construir e a destruir. Até ao presente apenas lhe havia falado de destruição, convertendo-se o profeta no objeto de de todos, ao não terem cumprimento as suas palavras. Onde estava zombaria o construir que lhe tinha prometido? Sente-se decepcionado, enganado. O seu único e fatídico grito é sempre: “violência..., opressão”. O que parecia uma vocação de amor converteu-se numa ditadura, numa imposição. Na sua humana fraqueza, Jeremias decidiu esquecer-se para sempre do Senhor, não mais voltar a ser profeta. E precisamente nesse momento crítico, quando pensa que tudo está resolvido, acha-se aprisionado entre a sua liberdade e o poder da Palavra. Algo intrínseco que se apodera dele, que o domina, o vence e se lhe impõe novamente a partir de dentro, com a força e o calor de um fogo devorador.” (Ibid. Bíblia Litúrgica)
A vocação cristã não é um chamado ao sofrimento cego, mas o caminho da própria vocação passa necessariamente pela cruz. Não é fácil viver a vocação cristã, ser cristão, nunca foi fácil e  nem nunca será. Todos nós gostaríamos de um Cristo e um cristianismo mais “light”, menos radical, mais adaptável, compatível com outras tendências da sociedade atual. Porém, não é isso o que nos fala o próprio Jesus, ele insiste em nos falar  para segui-lo, tendo que assumir sua vocação.
Depois da “profissão de fé e primado de Pedro” em Cesaréia de Filipe (cf. Mt 16, 13-20). Jesus começa a anunciar o que lhe leva a Jerusalém e faz a primeira previsão do que ali vai acontecer. Jesus vê claro que como havia sucedido a Jeremias ou a todos os profetas, ele não escapará. (cf. Mt 16, 21-27) Este texto evangélico não é uma lenda ou uma invenção da comunidade cristã depois dos acontecimentos da paixão, estamos diante de um fato genuinamente histórico. O diálogo de Pedro com Jesus é um dos fatos mais autênticos do relato evangélico, um dos momentos mais dramáticos e tensos da relação de Jesus com Pedro. Ele não entende e se escandaliza com o messianismo de Jesus. Jesus quer revelar a ele e a seus discípulos o verdadeiro messianismo e isto provoca o escândalo. O texto é autêntico precisamente por que é desconcertante. Por que a Igreja manteve este diálogo na transmissão do material evangélico, se quando Marcos, Mateus ou Lucas o escrevem, Pedro já deu sua vida pelo Mestre no martírio? Exatamente porque era a verdade!
Jesus começou a explicar a seus discípulos que tinha que ir a Jerusalém, sofrer muito e que fosse morto pelos líderes dos judeus, assim ele revela o verdadeiro caminho do Messias. Jesus anuncia o programa do “Filho do Homem” que é o verdadeiro sentido do messias nos planos de Deus, nas Escrituras, o caminho do sofrimento do Servo. Na humilhação da morte, da vida dada, da cruz, se manifesta o poder de Deus e, sobretudo o seu amor misericordioso pela humanidade caída. Como é difícil entrar no mistério de Jesus na cruz! O mistério da cruz necessita uma explicação que só quem pode dar com autoridade é o próprio Jesus.
Pedro que acaba de reconhecer Jesus como o Messias, Filho de Deus, levou-o à parte e se pôs a censurá-lo dizendo: “Deus não o permita, Senhor! Isso jamais te acontecerá!” (Mt 16,22) O caminho marcado por Jesus é escandaloso para Pedro. Sinceramente ele e seus companheiros, os mais próximos de Jesus, não entendem o projeto da cruz, não entendem que no fracasso e debilidade da cruz possa se manifestar o poder e o amor de Deus! Não entendem a verdadeira personalidade e vocação de Jesus. Será necessária a revelação pascal posterior e o dom do Espírito para penetrar no mistério da personalidade e missão do Cristo. Pedro se interpõe no caminho e nos planos de Deus. Como os outros discípulos não estavam de acordo com Jesus, porque um messias não devia sofrer, como se havia ensinado as tradições judaicas: isso desmontava a visão messiânica. A ele lhe horroriza que o messias que ele pensa, invencível e imortal, possa ser submetido à humilhação, ao desprezo e à morte violenta e humilhante! Isso é impossível! Isso não se enquadra com as esperanças pessoais e do povo naquelas circunstâncias históricas. Então se atreve a intervir para dissuadir Jesus desse caminho, quer corrigir o profeta com um messianismo fácil, nacionalista, tradicional, religiosamente cômodo. E Jesus lhe exige que se comporte como verdadeiro discípulo.
Comparemos estas palavras ditas agora com Então Pedro recebe de Jesus uma das reprovações mais duras que há no evangelho: “Afasta-te de mim Satanás! Tu me serves de pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens!” (Mt 16,23) as palavras anteriores de elogio: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne ou sangue que te revelaram isso, e sim meu Pai que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja...” (Mt 16, 17-18) Essa é a chave interpretativa do mistério de Jesus. O mistério da cruz transborda as capacidades humanas; não as anula, nem as destroi, nem as despreza, simplesmente as supera porque se trata de um plano divino, decidido desde toda eternidade e que se realizou na plenitude dos tempos. Pedro deve saber que ele por si só não alcança compreendê-lo. Satanás tem muito interesse que este projeto seja entendido como inaceitável, insensato e irracional. Na mentalidade da época Satanás representa o contrário do projeto de Deus, o Reino, pregado por Jesus, causa da sua vida e da sua entrega. Jesus coloca Pedro à altura de Satanás, porque sem sabê-lo ele se converteu em um tentador, opositor ao seu projeto, que se interpõe no caminho da cruz e que o rejeita. Jesus com esta sua recusa quer dizer aos seus discípulos que eles têm a mesma mentalidade das outras pessoas, da teologia de seu tempo, não pensam como Deus. E então, olhando para os que lhe seguem lhes fala da cruz: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” (Mt 16,24)
No texto a identificação entre cruz e vida pessoal é indiscutível: para seguir Jesus tem que levar a cruz. Por isso a cruz é a vida mesma, nossa própria vida. Se olharmos assim a vocação cristã, muda muita coisa em nossa escala de valores. A cruz, já não será aquela triste realidade que há de se fugir a todo custo. Não, a cruz será um caminho de santificação, a cruz se converte de instrumento de tortura e sofrimento em sinal de salvação para todos os que creem. No fundo trata-se de compreender o sentido salvífico da cruz; de compreender que o caminho da felicidade e paz interior passa pelo caminho estreito do calvário e da aceitação da cruz.
Todos temos nossas cruzes, crises, obscuridades e sofrimentos. Há momentos em que parece que já não somos capazes de ser fieis à nossa vocação e a todos os compromissos assumidos. Os esposos já não sentem forças para permanecerem fieis a seus compromissos de amor “para sempre”; os pais e mães não sabem como educar sua família; pessoas consagradas passam por momentos obscuros ou crises na sua vocação e sentem a tentação de abandonar tudo; situações da família, da Igreja e do mundo. Como posso eu permanecer fiel aos compromissos assumidos? Não terá sido tudo mera ilusão? Não será ilusão minha entrega, minha doação aos outros? Tudo estará destinado a desmoronar com o passar o tempo e a fragilidade humana? Pois é exatamente neste momento quando mais se deve crescer em nós a virtude da perseverança, da esperança e quanto mais fiel preciso ser à própria vocação.
Não abandonemos o caminho já percorrido, não atiremos a vocação pela janela. Não percamos a confiança naquele que nos chamou a uma vocação santa. “Nada te perturbe, nada te amedronte. Tudo passa, a paciência tudo alcança. A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta!” Diz Santa Teresa de Ávila (séc. XVI) que entendia muito bem desses momentos obscuros de sua vocação e missão.

Bibliografia:
Textos e referências bíblicas: Bíblia de Jerusalém, São Paulo, Paulus, 2002.
João Paulo II, Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte. São Paulo, Paulinas, 2001
Vários autores. Comentários à Bíblia Litúrgica, Portugal, Gráfica de Coimbra 2

Disponível no site da Diocese de Campina Grande

domingo, 20 de maio de 2012

Terço Virtual...como rezar!

Rezando o terço passo a passo online. Que tal aprender e rezar um terço de forma correta vendo todos os passos e acompanhando um narrador!

Uma ferramenta muito interessante descoberta por nosso amigo catequista André Rufino do grupo I o Terço Virtual ajuda e muito aos que querem aprender ou querem um estímulo para tal prática.

Clicando no link ao lado http://www.a12.com/santuario/capela/terco_virtual.asp você será redirecionada para o site do Santuario Nacional de Ns. Sra. Aparecida, onde existe a pagina Terço Virtual e uma animação acompanha você em cada passo dessa poderosa oração.

Fica a dica para todos que querem aprender e/ou fazerem sua oração diária de forma mais dinamica e interessante.

Uma breve história sobre o terço/rosário

O Rosário é uma oração cuja origem se perde nos tempos. A tradição diz que foi revelado a S. Domingos de Gusmão (1170-1221), numa aparição de Nossa Senhora, quando ele se preparava para enfrentar a heresia albigense. 
Com o passar do tempo o rosário 'evoluiu' e foi sendo adaptado e ganhando espaço na igreja, primeiro por monges franciscanos e posteriormente até por Miguel ângelo na capela sistina.


A história do Rosário não pode terminar sem referir um momento decisivo desta evolução. A escolha do Papa João Paulo II de celebrar as suas bodas de prata pontifícias com o Rosário, acrescentando-lhe os cinco mistérios luminosos, é um marco importante na devoção. Mas a ligação do Papa a esta oração não é de hoje, como ele mesmo diz na Carta: “Vinte e quatro anos atrás, no dia 29 de Outubro de 1978, apenas duas semanas depois da minha eleição para a Sé de Pedro, quase numa confidência, assim me exprimia: «O Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade.»“ 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Porque a igreja católica não vende tudo e dá aos pobres?



Então gente, tivemos alguns pontos levantados em reunião de crisma no grurpo ETERNA ALIANÇA (E) esse ano sobre a ostentação de luxo e glamour que a igreja passa através de alguns símbolos por nós utilizados e fomos questionados sobre o porque da não venda de todos esses itens para ajudar aos necessitados do mundo. Demos as respostas que nos cabiam e tentamos de certa forma deixar claro o papel da igreja e da humanidade na luta contra a miséria humana.

Mas então Rayana Maia coordenadora do grupo encontro esse texto na internet que explica e explicita (com fontes) de forma bem concisa os porquês que poderiam responder os questionamentos.

Fica a dica a todos, seria bom que não só catequisandos mas todo católico (praticante) tivesse isso em mente pra quando for questionado. E todo não-católico desse uma pesquisada simples por ai antes de sair falando sem saber.

Dei uma resumida no texto e dei destaque às partes que achei indispensáveis, mas repito VALE A PENA LER INTEIRO


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Brayan Leandro Barros  <<< (PERFIL DO CRIADOR DO TEXTO NO FACE)

(...)
Pra quem acha que a Igreja Católica é um lugarzinho onde os padres falam "é porque Deus quis assim e pronto" aqui vai uma informação: a Igreja Católica é a instituição com o maior número de prêmios Nobel do mundo,(...) e vou disponibilizar inúmeros links para quem quiser olhar e verificar:

Link sobre o Nobel

Agora sobre a questão dessa foto que anda circulando por aí.
Sabia que a Igreja Católica é a a Maior Instituição de Caridade do Mundo ?
Sabia que se a Igreja Católica saísse da África 60% das escolas e hospitais seriam fechados ?Sabia que quando a epidemia de Aids estourou nos EUA e as autoridades não sabiam o que fazer eles chamaram as freiras da Igreja pra cuidar dos doentes porque ninguém mais queria fazê-lo ?
Que no Brasil até 1950 quando não existia nenhuma política de saúde pública eram as casas de caridade que cuidavam das pessoas que não tinham condições de pagar um hospital ?

Oras, vejamos só alguns dados

  • A Igreja Católica mantém na África
964 hospitais
5.000 dispensários
260 leprosários
650 asilos
800 orfanatos
2.000 jardins de infância

  • Na América:
1.900 hospitais
5.400 dispensários
50 leprosários
3.700 asilos
2.500 orfanatos
4.200 jardins de infância

Alguém pode me dizer se existe qualquer outra pessoa, empresa ou instituição que faz pelo menos 1/4 do que está escrito acima ?

(PARA VER DADOS DOS DEMAIS CONTINENTES CLIQUE NOS LINKS ABAIXO)
Links:

Videos com dados
Igreja catolica servindo
Obras catolicas
Análise Social

Agora, "por que a Igreja não vende tudo o que tem pra ajudar essas pessoas necessitadas ?"
Veja só,a Igreja não poderia vender o que ela tem nem se ela quisesse, os bens da Igreja Católica são patrimônio de Roma e dos países em que ela está presente, além do mais existe o Tratado de Latrão, que impede a Igreja de vender o que está no Vaticano.

Lembrado também que o trono não é de ouro é bronze dourado em madeira,Gian Lorenzo Bernini, o maior escultor do século XVII e também um extraordinário arquiteto, em 1657 começou o Trono de São Pedro, ou Cathedra Petri, uma cobertura em bronze dourado do trono em madeira do papa, que foi terminada em 1666. Mas vamos pensar que a Igreja deva vender tudo, se for assim, talvez todos os museus de mundo também devam vender as suas artes pra ajudar no combate da miséria, talvez todos os países devam dar as suas riquezas...

Link sobre o ''Trono de ouro'' : 

(...)
Eu sei que o texto já está meio grande, mas esse é um tema que não dá pra dividir ou deixar algumas partes de lado, por isso sempre que consigo mais informações eu as adiciono aqui.
Agradeço a paciência dos que leram, agradeço ás pessoas que compartilharam esta campanha, agradeço pelas informações a mais que me forneceram para enriquecer esse texto e agradeço principalmente ao meu pároco, que me proporcionou conhecimento sobre esse e diversos outros assuntos.

Compartilhem.

Obrigado.
Brayan Leandro Barros.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Evangelho segundo São Marcos: capítulo 2

Continuando com a nossa leitura do evangelho de São Marcos, segue agora o capítulo 2.

Marcos: Capítulo 2.


1.Alguns dias depois, Jesus entrou novamente em Cafarnaum e souberam que ele estava em casa.2.Reuniu-se uma tal multidão, que não podiam encontrar lugar nem mesmo junto à porta. E ele os instruía.3.Trouxeram-lhe um paralítico, carregado por quatro homens. 4.Como não pudessem apresentar-lho por causa da multidão, descobriram o teto por cima do lugar onde Jesus se achava e, por uma abertura, desceram o leito em que jazia o paralítico.5.Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: "Filho, perdoados te são os pecados." 6.Ora, estavam ali sentados alguns escribas, que diziam uns aos outros:7."Como pode este homem falar assim? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão Deus?"8.Mas Jesus, penetrando logo com seu espírito tios seus íntimos pensamentos, disse-lhes: "Por que pensais isto nos vossos corações? 9.Que é mais fácil dizer ao paralítico: Os pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda?10.Ora, para que conheçais o poder concedido ao Filho dó homem sobre a terra (disse ao paralítico), 11.eu te ordeno: levanta-te, toma o teu leito e vai para casa." 12.No mesmo instante, ele se levantou e, tomando o. leito, foi-se embora à vista de todos. A, multidão inteira encheu-se de profunda admiração e puseram-se a louvar a Deus, dizendo: "Nunca vimos coisa semelhante."13.Jesus saiu de novo para perto do mar e toda a multidão foi ter com ele, e ele os ensinava. 14.Quando ia passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto da arrecadação e disse-lhe: "Segue-me." E Levi, levantando-se, seguiu-o. 15.Em seguida, pôs-se à mesa na sua casa e muitos cobradores de impostos e pecadores tomaram lugar com ele e seus discípulos; com efeito, eram numerosos os que o seguiam.16.Os escribas, do partido dos fariseus,. vendo-o comer com as pessoas de má vida e publicamos, diziam aos seus discípulos: "Ele come com os publicamos e com gente de má vida? " 17.Ouvindo-os, Jesus replicou: "Os sãos não precisam de médico, mas os enfermos; não vim chamar os justos, mas os pecadores."18.Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam. Por isso, foram-lhe perguntar: "Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam?" 19.Jesus respondeu-lhes: "Podem porventura jejuar os convidados das núpcias, enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não lhes é -possível jejuar.20.Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então jejuarão. 21."Ninguém prega retalho de pano novo em roupa velha; do contrário, o remendo arranca novo pedaço da veste usada e torna-se pior o rasgão.22.E ninguém põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho os arrebentará e perder-se-á juntamente com os odres mas para vinho novo, odres novos." 23.Num dia de sábado, o Senhor caminhava pelos campos e seus discípulos, andando, começaram a colher espigas.24.Os fariseus observaram-lhe: "Vede! Por que fazem eles no sábado o que não é permitido?" Jesus respondeu-lhes:25."Nunca lestes o que fez Davi, quando se achou em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros?26.Ele entrou na casa de Deus, sendo Abiatar príncipe dos sacerdotes, e comeu os pães da proposição, dos quais só aos sacerdotes era permitido comer, e os deu aos seus companheiros." 27.E dizia-lhes: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado; 28.e, para dizer tudo, o Filho do homem é senhor também do sábado."





domingo, 13 de maio de 2012

Minha família, o terço e duas histórias


Oi Crisma Catedral! Para quem ainda não me conhece eu sou Rayanne, e nesta caminhada faço parte do grupo A “Anjos Divinos”, hoje eu lembrei muito de duas situações: uma que minha mãe relata logo abaixo sobre o parto da minha irmã mais nova (Raylly) e a outra que ao término do relato dela eu exponho sobre uma experiência minha; ao pensar percebi que talvez tenha sido um sinal para que o compartilhasse aqui com vocês, tanto por conta de hoje ser “Dia das Mães” nesse sentimento de família que este dia traz quanto pelo tema do nosso próximo encontro (20/05/2012) ser: “O terço”.
Segue primeiramente o testemunho, nas próprias palavras de minha mãe Nice, quando pedi para que ela escrevesse para o blog e ela apenas surpresa o fez:
“Eu desde pequena sempre via minha família rezar o terço em novenas, velórios... E para mim aquela reza repetida não tinha valor algum, eu nunca rezava, sempre participava ouvindo. Um dia minha tia veio de São Paulo e me deu vários terços de presente e eu guardei em casa sem que tivesse valor algum. Quando fui para o hospital dar a luz a minha filha Raylly, na hora de arrumar a bolsa, minha outra filha Renally falou: ‘mainha leva o terço que tia Socorro deu’; eu coloquei em um dos bolsos e tudo bem. Cheguei ao hospital, fiz a cirurgia, mas durante a noite sentia dores muito fortes, eu com minha filha mamando, achei que iria morrer de tamanha dor que sentia (dor na nuca por motivo da anestesia); e pedia a Nossa Senhora para que me ajudasse e não me deixasse morrer, pois precisava cuidar das minhas filhas. Na mesma hora uma enfermeira veio ao quarto e ao entrar no apartamento chutou um terço, olhou para mim e perguntou de quem era e com muita dor, chorando, apenas disse que era meu, peguei pela primeira vez o terço e ao rezar adormeci... Ao acordar no outro dia, o médico veio me ver e falou que eu havia passado muito mal e quase cheguei a falecer durante a noite. Quando chegou a hora do banho ao abrir a bolsa eu encontrei meu terço, fiquei sem acreditar. Logo após a diretora do hospital entra no quarto perguntando se alguém havia retirado o terço da imagem de Nossa Senhora do Bom Parto que se encontrava no corredor do hospital; fiquei sem resposta e só sei explicar como milagre; desde então o terço passou a ter um valor enorme para mim.”
Josenice Carmem (Nice)
Também cresci nesse cenário da família, desde pequena acompanhava as novenas e momentos com o terço, especialmente quando a família se reunia no sítio dos meus bisavós maternos, desde esse acontecido com minha mãe o terço ultrapassou para mim a visão de um repetir de orações, assim como cada oração não é apenas um conjunto de palavras que se é preciso decorar para não ficar sem rezar quando todos sabem acompanhar; é dotado de significados, onde cada palavra deve ser dita com ciência de seus significados.
É nesta ideia da seriedade que o terço me traz que compartilho com vocês também uma situação por mim vivida no ano passado, quando a imagem peregrina de Nossa Senhora da Conceição esteve nas casas da Crisma Catedral, e esteve em minha casa; devido o tempo que tivemos para sua organização e imprevistos poucas pessoas chegaram para este momento, uma delas foi minha avó, e isso trazia muito do cenário em que vivia em família e que há muito não acontecia.
Antes de iniciar o momento do terço minha avó diz: “vamos ver agora se você sabe rezar o terço” e rememoro que duas sensações me passaram - uma de responsabilidade por saber o que isso representava por rezá-lo há tanto tempo em família, e outra que apareceu muito forte em meu coração que foi o de uma ideia do terço como algo automático, decorado; iniciei assim com a sensação de que deveria fazer algo, mas não entendia bem... Quando seria o momento do encerramento do terço lembro-me de abaixar a cabeça e rezar uma Ave Maria a mais; recordo-me quando Victor (do grupo I), que ao meu lado estava, tocou em mim, e eu apenas continuei, prossegui, e ao final partilhei a ideia do que tinha acontecido, do que foi repetido e de que seria para mostrar a importância de cada palavra colocada ali, mesmo percebendo o não entender da minha avó. Ao deitar aquele dia eu passei certo tempo conversando com Ele sobre o que havia ocorrido, de nunca ter me passado isso, mas jamais com sensação de peso. Não sou expert em terço, na verdade me vejo sabendo muito pouco, mas seria algo que não teria como acontecer por ter essa experiência desde criança. Até hoje não sei de onde veio a sensação, só sei que cada vez mais eu reafirmo a importância da seriedade em cada oração, em cada momento com o terço que traz para mim um sentimento imenso de fortaleza.
Acho que por hoje é só! Lembrem, encontro dia 20!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Os cristãos e os frutos

Por: Pe. José Assis Pereira Soares - Paróquia de N. Sra. de Fátima, Campina Grande

Neste Quinto Domingo da Páscoa contemplamos a partir da experiência pascal e com a fé na ressurreição de Jesus, as afirmações feitas por Ele cercado pelos seus apóstolos na noite antes de sua morte (cf. Jo 15,1-8). São palavras que poderíamos considerá-las como últimas recomendações e aquilo que se diz no momento de despedida têm força especial.
Em clima de intimidade Jesus lhes diz de si mesmo: “Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor” (Jo 15,1) e aos discípulos diz: “Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer”. (Jo 15, 5) Jesus não diz o que foi ou o que será, pois Ele é a verdadeira videira, a que dá fruto. Jesus vive e dele vem a seiva que mantém unidos os ramos em vista da mesma função: “dar fruto”. No evangelho de João, "dar fruto" significa levar à maturidade a missão de Cristo, empenhar-se para que a comunidade continue unida ao Senhor, deixando que seja Ele que inspire toda sua organização e lhe infunda vida.
Jesus se apresenta com uma imagem que era tradicional na Bíblia, a da “vinha”. O pano de fundo para esta solene afirmação de Jesus, bem poderia ser a representação de uma videira de ouro com ramos e cachos, que segundo conta o historiador da época Flávio Josefo, estava representada sobre a porta principal do Templo.
A imagem bíblica da “videira” designava o povo de Israel. “A videira, que cresce exuberante em terras quentes, cujos frutos dão bebida fortificante, excitante e consumida exageradamente, embriagante, tornou-se no oriente antigo imagem eloquente para o bem-estar e a riqueza... A vinha e a plantação de uvas eram imagem bíblica para dizer o povo eleito (cf. Os 10,1; Is 5,1-7; Jr 2,21; Ez 15,1-8; 19,10-14). ‘A vinha do Senhor é a casa de Israel, e os homens de Judá são a sua plantação preciosa’ (Is 5,7)... Ponto alto da simbologia da vinha temos na parábola de Jesus acerca do dono da vinha, que plantou a vinha, cerco-a e concedeu-a, ao partir para uma viagem, a empreiteiros. Quando, por ocasião da colheita, veio exigir os frutos, os empreiteiros maltrataram e mataram os servos enviados pelo dono da vinha. ‘Por fim, enviou-lhes o seu filho’, mas eles o agarraram, lançaram fora da vinha e o mataram (cf. Mt 21,33-39). O Filho do dono da vinha não é nenhum outro a não ser Jesus Cristo. Mas este não é apenas Filho de Deus, mas também ‘o’ Filho do Homem, e assim pode falar de si mesmo: ‘Eu sou a verdadeira videira’.”(Lurker, 1993.)
No “canto da vinha” (cf. Is. 5,1-7) o profeta Isaías ressalta que a vinha era a casa de Israel, era o povo de Deus e que Ele esperava que ela produzisse frutos de justiça e sabemos que a vinha só deu apenas uvas azedas, portanto ela deve ser arrancada. Mas, Deus arrancará a sua vinha? Devemos dizer a partir da teologia de João, que a resposta a esse canto é diferente; não é necessário que Deus arranque a vinha: Jesus vai se apresentar como a chave curativa para que a vinha produza bons frutos. Ele se apresenta como a autêntica videira, que com os seus discípulos forma uma unidade vital. Jesus inaugura um novo povo de Deus que possa unido a Ele dar bom fruto.
Meu Pai, diz Jesus, é um agricultor. Deus é o “divino agricultor” que nos cultiva e quer ver nosso crescimento como os melhores pais que acompanham o crescimento de seus filhos e filhas celebrando cada nova conquista. Porém, nós bem o sabemos que todo crescimento é sempre acompanhado de tensões e crises. Tanto no campo fisiológico, como social, político ou espiritual. As tensões que atravessamos hoje podem revelar-se fecundas e construtivas, contanto que sejam vistas no amor e sem ressentimentos. Deus nos criou com inúmeras capacidades, potencialidades e possibilidades a serem desenvolvidas. Quando um ser humano é impedido de crescer, o projeto de Deus fica frustrado. É muito grave alguém ter inteligência e não ter condições de aprender, alguém ser criado com capacidade de amar e ficar bloqueado porque foi cercado de ódio e violência. Quem ajuda alguém a crescer é como um agricultor ou jardineiro de Deus.
Deus é exigente porque sabe o quanto somos preciosos, afinal fomos criados à sua imagem. “Toda videira que em mim não dá fruto, o agricultor corta-a, e toda a que dá fruto, poda-a, para que dê mais fruto”. (cf. Jo 15,2) “Podar” nos diz o dicionário, é cortar os ramos das árvores ou plantas, aparar, eliminar os excessos, o supérfluo, desbastar para que deem fruto com mais vigor. Na linguagem bíblica podar significa também “purificar”. A poda é um procedimento necessário para que se produza fruto. É preciso fazer a poda, isto é, limpar os galhos das impurezas, retirarem-lhe o supérfluo que impede a brotação. Esta imagem tão rica em simbolismo já nos diz que a poda não é um ato hostil para com a planta. O agricultor espera ainda muito dela, sabe que pode dar frutos, tem confiança nela.
O mesmo ocorre com cada um de nós. Necessitamos sofrer um processo de poda, de limpeza, de retirada do supérfluo para que a seiva do amor de Cristo circule forte e livremente e manifeste-se em frutos.  Quando Deus intervém em nossa vida com a cruz, não quer dizer que esteja irritado conosco. Justamente o contrário. O agricultor poda a videira por um motivo muito simples: se não é podada, a força da vinha se desperdiça, dará talvez mais frutos que o devido, com a consequência que nem todos amadureçam. O mesmo ocorre em nossa vida. Viver é podar, é fazer escolhas e fazer escolhas é também renunciar algo. A pessoa que na vida cultiva uma infinidade de interesses, se dispersa; não sobressairá em nada. Deve-se ter o valor de fazer escolhas, de deixar à parte alguns interesses secundários para concentrar-se em outros.
A poda aplicada a nossa vida quer dizer que devemos tirar todo o supérfluo.  Isto é ainda mais verdadeiro na vida espiritual. A santidade se parece com a arte de podar ou de “esculpir”. Leonardo da Vinci definiu a escultura como “a arte de tirar”: tirar os pedaços de mármore ou de madeira que estão demais para que surja a figura que se tem na mente. Também a perfeição cristã se obtém assim, tirando, fazendo cair os pedaços inúteis, isto é, ambições, projetos e tendências que nos dispersam por todas as partes e não nos deixam acabar nada. É o que os mestres espirituais chamavam a necessidade de mortificação, de ascese, para chegar à “via unitiva”, a unir-se a Cristo com a alma limpa e incendiada de amor. Porque a verdade é que Cristo é a pureza, a misericórdia, a justiça, o amor, a verdade, enquanto nós tendemos facilmente a sermos mentirosos, impuros, injustos, egoístas. Por isso, nosso Deus poda-nos em nosso diário e rotineiro viver e nos poda às vezes, mediante provas inesperadas, dolorosas e difíceis. Devemos aceitar sempre com humildade e gratidão a poda de nosso Pai; assim os ramos de nossa alma poderão dar cada dia um fruto maduro e melhor.
Alguém já disse que uma forte tentação no caminho da vida é “o cansaço dos bons”. O cansaço daqueles que, por algum tempo, se dedicaram a praticar o bem. É um cansaço que se pode traduzir em certo desencanto ante tanta luta e tão poucos frutos, tão pouco avanço; é um cansaço que se identifica com o abandono dos grandes ideais e projetos; é um cansaço que vem terminar em preguiça, covardia e esterilidade da alma. Como fugir de tão grande desgraça? Renovar cada dia o esforço por "dar frutos" ou o propósito do Papa João XXIII: “hei de ser bom!”
O mundo, a Igreja, minha família, as pessoas que mais quero e mais me querem necessitam de mim, necessitam de minha colaboração, estão à espera do melhor de mim. Não posso deixar de dar frutos sob pena de morrer espiritualmente. A vida espiritual se converte assim na permanente e total doação de si mesmo por amor a Deus e a serviço dos irmãos. Dar frutos é uma lei da vida cristã. É uma exigência para todo o que vive unido a Cristo. Um modo bonito de dar fruto é conduzir outras pessoas para Deus. E isto está à mão de todos nós. Uns mais, outros menos, todos temos a possibilidade de levar outros a Deus. Dizia Madre Teresa de Calcutá: "O maior serviço que podeis fazer a alguém é conduzi-lo para que conheça Jesus, para que o escute e o siga, porque só Jesus pode satisfazer a sede de felicidade do coração humano, para que fomos criados".
Façamos um profundo exame de consciência e comprovaremos como muitos bons frutos não florescem em nossa vida porque o impedem nossas supérfluas manias, temores, covardias, egoísmos e más inclinações. A nível individual precisamos de uma poda de conversão. Temos lenha seca a mais e falta seiva jovem e vida nova do espírito. Perguntemo-nos: Quais são as podas ou momentos difíceis que passei em minha vida e que me ajudaram a crescer?
Eu creio que também hoje nosso Deus, necessita podar a sua igreja, “como agricultor da vinha que é, Deus encarrega-se de fazer a poda dos ramos na Igreja de Cristo por meio da perseguição e das tribulações. Nós temos de colaborar facilitando a tarefa da poda da riqueza armazenada, do boato e da soberba, do poder e influências, do lucro, da vaidade e do aplauso. Tudo isto a nível comunitário” (Caballero, 2001.) para que a Igreja se livre de gestos e ações supérfluas. É verdade que a Igreja somos todos nós, mas uns somos membros da Igreja mais visíveis que outros. Quais são as podas ou momentos difíceis que passamos em nossa comunidade que nos ajudaram a crescer? O que mantém viva uma planta, capaz de dar frutos, é a seiva que a atravessa. Qual é a seiva que está presente em nossa comunidade e a mantém viva capaz de dar frutos? Todos necessitamos poda, mas os membros mais visíveis da Igreja de Cristo necessitam com mais urgência a poda que quer nosso bom Pai. Porque a Igreja de Cristo não só deve ser santa, mas parecê-lo. E hoje são muitos cristãos e gente em geral, que vêm na Igreja de Cristo muitos gestos e ações supérfluas e desnecessárias.
Senhor, somos tua vinha, tua Igreja que tanto amas. Purifica-nos, com a poda do teu Espírito para que possamos permanecer unidos ao teu amor e produzir frutos abundantes.

Bibliografia:
Textos e referências bíblicas: Bíblia de Jerusalém, São Paulo, Paulus, 2002.
Lurker, Manfred. Dicionário de Figuras e Símbolos Bíblicos. São Paulo, Paulus, 1993.
Caballero, B. A Palavra de cada Domingo – Ano B. Apelação (Portugal), Paulus, 2001.

Disponível no site da Diocese de Campina Grande

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Pentecostes


Evangelho segundo São Marcos: Capítulo 1


Bom dia caros leitores do Blog da Crisma Catedral, para que ainda não sabe, estamos no ano de evangelho de Marcos(para saber como funciona a divisão de qual evangelista em qual ano veja o fim da postagem), e disponibilizaremos aqui no Blog com o intuito de lermos todo o evangelho de São Marcos um capitulo por semana, sempre as quartas-feiras.
Deixaremos é claro p espaço dos comentários livres para reflexões e considerações sobre a leitura da semana. É uma oportunidade de partilhamos um pouco mais sobre a palavra de Deus.
Ainda a título de informação, o evangelho de marcos é o menor dos evangelhos com apenas 16 capítulos, e é uma ótima opção para quem deseja começar a ler a bíblia pelos evangelhos.

Marcos: Capítulo 1

1.Princípio da boa nova de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está escrito no profeta Isaías:2.Eis que envio o meu anjo diante de ti: ele preparará o teu caminho.3.Uma voz clama no deserto: Traçai o caminho do Senhor, aplanai as suas veredas (Mal 3,1; Is 40,3).4.João Batista apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados. 5.E saíam para ir ter com ele toda a Judéia, toda Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. 6.João andava vestido de pêlo de camelo e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. 7.Ele pôs-se a proclamar: "Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado. 8.Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo." 9.Ora, naqueles dias veio Jesus de Nazaré, da Galiléia, e foi batizado por João no Jordão. 10.No momento em que Jesus saía da água, João viu os céus abertos e descer o Espírito em forma de pomba sobre ele. 11.E ouviu-se dos céus uma voz: "Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição." 12.E logo o Espírito o impeliu para o deserto. 13.Aí esteve quarenta dias. Foi tentado pelo demônio e esteve em companhia dos animais selvagens. E os anjos o serviam. 14.Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: 15."Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho." 16.Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. 17.Jesus disse-lhes: "Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens." 18.Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no. 19.Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo. 20.Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram. 21.Dirigiram-se para Cafarnaum. E já no dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar. 22.Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. 23.Ora, na sinagoga deles achava-se um homem possesso de um espírito imundo, que gritou: 24."Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei quem és: o Santo de Deus! 25.Mas Jesus intimou-o, dizendo: "Cala-te, sai deste homem!" 26.O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito, saiu. 27.Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: "Que é isto? Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade; além disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!" 28.A sua fama divulgou-se logo por todos os arredores da Galiléia. 29.Assim que saíram da sinagoga, dirigiram-se com Tiago e João à casa de Simão e André. 30.A sogra de Simão estava de cama, com febre; e sem tardar, falaram-lhe a respeito dela. 31.Aproximando-se ele, tomou-a pela mão e levantou-a; imediatamente a febre a deixou e ela pôs-se a servi-los. 32.À tarde, depois do pôr-do-sol, levaram-lhe todos os enfermos e possessos do demônio. 33.Toda a cidade estava reunida diante da porta. 34.Ele curou muitos que estavam oprimidos de diversas doenças, e expulsou muitos demônios. Não lhes permitia falar, porque o conheciam. 35.De manhã, tendo-se levantado muito antes do amanhecer, ele saiu e foi para um lugar deserto, e ali se pôs em oração. 36.Simão e os seus companheiros saíram a procurá-lo. 37.Encontraram-no e disseram-lhe: "Todos te procuram." 38.E ele respondeu-lhes: "Vamos às aldeias vizinhas, para que eu pregue também lá, pois, para isso é que vim." 39.Ele retirou-se dali, pregando em todas as sinagogas e por toda a Galiléia, e expulsando os demônios. 40.Aproximou-se dele um leproso, suplicando-lhe de joelhos: "Se queres, podes limpar-me." 41.Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: "Eu quero, sê curado." 42.E imediatamente desapareceu dele a lepra e foi purificado. 43.Jesus o despediu imediatamente com esta severa admoestação: 44."Vê que não o digas a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta, pela tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés para lhe servir de testemunho."

45.Este homem, porém, logo que se foi, começou a propagar e divulgar o acontecido, de modo que Jesus não podia entrar publicamente numa cidade. Conservava-se fora, nos lugares despovoados; e de toda parte vinham ter com ele.


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Cálculo do atual ano litúrgico

O Ano Litúrgico passa por três ciclos, também chamado de anos A, B, C.
A cada ano tem uma sequência de leituras próprias, ou seja, leituras para o ano A(São Matheus), ano B(São Marcos) e para o ano C(São Lucas). Para saber de que ciclo é um determinado ano, parte-se deste princípio: o ano que é múltiplo de 3 é do ciclo C.
Para saber se um número é múltiplo de 3, basta somar todos os algarismos, e se o resultado for múltiplo de 3, o número também o é.
Exemplo:
  • 1998 é 1+9+9+8 = 27 (é múltiplo de três) logo é ano C
  • 1999 é 1 + 9 + 9 + 9 = 28 (27+1) = ano A
  • 2000 é 2+0+0+0 = 2 = ano B
  • 2001 é 2+0+0+1 = 3 = ano C
  • 2002 é 2+0+0+2 = 4 (3+1) = Ano A
....
  • 2008 é 2+0+0+8 = 10 (9+1) = Ano A
  • 2012 é 2+0+1+2 = 5 (3+2) = ano B