sábado, 28 de maio de 2011

Sobre os curiosos caminhos da vida

Bom dia, boa tarde, boa noite. Que dia é hoje? Que horas são? O que você fez ontem? O que vai fazer amanhã? E, agora responda sinceramente: Como vai você?
Aposto que de todas as perguntas acima, a que demorou mais para ser respondida foi a última, estou certo? E se eu estivesse perguntando: Você é feliz? Ou melhor, você gosta de como sua vida está? Acho que a pergunta seria ainda mais difícil de ser respondida, não é verdade? Mas não se sinta culpado. Essa é realmente uma pergunta bem difícil de ser respondida, assim, sem pensar.
Como falei alguns dias atrás, a vida é feita de escolhas infinitas, caminhos variados, opções sem fim. Pense em quantos lugares você poderia estar agora. Estar aí, onde quer que você esteja, lendo este texto, é uma escolha sua. Uma opção que você fez até inconscientemente! Mas é questão é: você é feliz com suas escolhas? Deixe-lhes contar a história de um velho e simpático senhor chamado Pedro.
Pedro era um rapaz que adorava olhar o mar. Nasceu numa cidade litorânea e, desde seus primeiros meses de vida, sempre gostou de ouvir o som do mar. Quando criança, ele e seus dois irmãos mais velhos iam todos os finais de semana para a praia, com seu pai e sua mãe. E nada o deixava mais feliz. Lá ele tomava banho, brincava, ouvia o mar, assistia o movimento das ondas e ria muito das diferentes figuras que ali encontrava. Infelizmente, a vida de Pedro não foi das mais fáceis, e suas escolhas não foram as melhores. Aos 13 anos, seu pai faleceu e a situação em sua casa ficou difícil. Ele e os irmãos tiveram que mudar completamente sua rotina de vida, vender alguns bens, estudar numa escola pública e seu irmão mais velho deixou a faculdade e começou a trabalhar para ajudar a família. Pedro ficou revoltado com Deus e com aquela situação em que se encontrara sua família. Passou a se rebelar no colégio, faltar aulas, chegar tarde em casa. Suas notas, que antes eram ótimas, caíram vertiginosamente, seus amigos mudaram completamente, seus hábitos já não eram os mesmos, sua família não o reconhecia mais, e, ao completar 18 anos, depois de muitas brigas e muitos problemas, Pedro saiu de casa. Foram vários empregos pelos quais o rapaz passou, nenhum que durava mais de 2 meses. Desde empacotador de supermercado até auxiliar de construção, sempre se metia em confusões, era acusado de roubo, chegava bêbado no trabalho e, por fim, era posto pra fora.
Em um determinado dia, Pedro, bastante cansado, sentou-se na areia da praia (onde nunca mais fora, desde muitos anos) e lá ele viu uma criança brincando muito alegre, com seus brinquedos e com sua família, e lembrou-se de como sua própria infância fora exatamente igual. Tudo era simples. Tudo era feliz. Onde foi que as coisas mudaram? E, depois de muitos anos, teve uma conversa sincera com Deus. E pensou em todos os caminhos que percorreu, em todos os passos que deu, em como sua vida estava. E por um segundo, ouviu de algum lugar (ou teria sido uma impressão?), uma voz que perguntava: Como vai você? E então chorou. Quando o sol se pôs, as pessoas voltaram para as suas casas e a praia ficou deserta, o rapaz prometeu a si mesmo que mudaria sua vida. E, com muita dificuldade, assim o fez.
A partir daí, essa história muda em poucos detalhes. Pedro não voltou para casa, mas voltou a falar com seus irmãos e sua mãe. Começou a trabalhar num restaurante, durante a noite e madrugada, e fazia cursinho de tarde. Passou no vestibular e se formou aos 27 anos, em letras. Tudo com muito esforço, dividindo apartamento com outras pessoas (seu orgulho o impediu de voltar para casa) e trabalhando sempre. Até cresceu profissionalmente no restaurante onde trabalhava, embora aquela não fosse sua área.
Da última vez que ouvi a história de Pedro (já ouvi duas vezes, em dois momentos diferentes – contada por ele próprio) ele estava se aposentando como professor universitário. Já tinha duas netas e esperava o terceiro neto. Ele e sua esposa estavam (e, espero eu, ainda estejam) muito felizes com crianças pela casa novamente. Seus irmãos prosperaram. Sua mãe faleceu aos 67 anos. A vida não aconteceu como tinha que acontecer. E Pedro não se arrepende, em momento nenhum, de nada. Dos caminhos por onde andou, dos erros que cometeu, dos momentos que viveu. Ele dizia: “É a minha vida, é o que eu tenho. Se eu errei, foram os meus erros e com eles eu aprendi a ser melhor. Fingir que nada aconteceu seria cometer mais um erro!”. Ele me ensinou que o passado não é para ser esquecido, e sim para ser usado para construir o futuro.
Por fim, Pedro terminou sua história dizendo que, no final do ano de 2007 ele estava passando o réveillon na praia, com a família e amigos e que, alguns minutos depois das 00h, um desses amigos veio cumprimentá-lo, desejar coisas boas e afins, e perguntou: “E então, Pedro. Como vai você?”. E, sem pestanejar, o senhor Pedro respondeu: “Estou ótimo!”.
Não importa onde você parou, quantas vezes já caiu e quantas vezes levantou, quantas vezes deixou para amanhã ou mesmo se nunca pensou nisso, agora é a hora de caminhar. A vida está aí, cheia de mistérios para serem desvendados. Repleta de novos caminhos, novas descobertas, novos amigos! É um mundo novo que se mostra diante de nós dia após dia. Um mundo com alegrias e tristezas, certezas e medos. Um mundo para ser desvendado!
Que seus erros possam ter aprendizado. Que suas escolhas possam ser cada vez melhores. Que as lágrimas de tristeza passem a ser de alegria com as conquistas e as vitórias. Seja como o jovem Pedro, que, independente de onde estava, resolveu recomeçar sua vida do zero. Se assim for preciso, faça! Mas não deixe que se passem mais um minuto sem que Deus esteja presente em sua vida. E, acredite, quando suas decisões forem tomadas com a participação do Senhor, nada sairá dos trilhos.
A vida começa agora, com o seu sim. Aproveite-a!
E tenham um ótimo final de semana.

Misturado por Helder Vinicius
Família TJM

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