Uma semana de maravilhas: A Semana Santa

Era uma vez um homem santo, que nasceu do ventre de uma virgem prometida e que viveu para propagar o bem. Um homem bom, que espalhava amor indiscriminadamente, que promovia a paz e a irmandade entre os homens. Um professor, que ensinava por parábolas como poderíamos ser santos e agradáveis aos olhos de Deus. Esse mesmo homem foi chamado de Profeta, Nazareno, Mestre, Emanuel, o Salvador, filho de Davi, o Escolhido, dentre tantos outros nomes. Esse homem era Jesus, o filho de Deus.

Esse mesmo homem, que todos certamente já devem ter reconhecido, viveu para nós, lutou por nós, morreu para nós. Ensinou até seu último suspiro. Perdoou e amou como jamais ninguém amou nem amará. Foi a palavra de Deus encarnada entre nós, foi santíssima trindade, foi filho de Maria – a mãe da humanidade – e adotado por José – protetor da igreja.

Vocês, irmãos e irmãs, devem estar pensando agora: Eu sei quem é esse Jesus. Eu o conheço! Encontro com ele todos os domingos na igreja, na eucaristia, na bíblia, nas reuniões de crisma, EAC, EJC, e em tantos outros lugares. Eu conheço sua história e o amo incondicionalmente.

Pois é exatamente para você, que ama Jesus e conhece sua vida, que eu faço o convite: Vamos celebrar juntos a semana mais importante do ano: A semana santa! 

Você já a conhece? Já viveu de coração? Consegue entender todos os significados, os rituais, os belos símbolos e a tradição de cada um deles? Lembremos um pouco:

Na quarta-feira de cinzas nós começamos a nos preparar para viver essa semana. Isso mesmo, quarenta dias atrás! Foi durante esse período que Jesus ficou no deserto, meditando e orando por nós. Por sua vez, a igreja fica de luto nesse tempo. Notou a cor roxa? Para nós, católicos, essa cor significa penitência. Muitas igrejas também cobrem suas imagens e não cantam músicas de louvor. Esse é o tempo de jejuar, refletir sobre os pecados (nossos e da humanidade), abraçar a “campanha da fraternidade” como causa social e penitência comunitária e preparar nosso espírito para a mais linda história de amor: A vitória sobre a morte de Jesus. A quaresma termina (e a semana santa começa) no domingo de ramos, quando Jesus volta para Jerusalém e é recebido com festa e alegria (“Bendito aquele que vem em nome do Senhor” – Mc 11, 9).

            Depois dos ramos, entre a segunda e a quarta-feira, a liturgia nos trará ensinamento do Cordeiro de Deus para redenção dos nossos pecados. A partir da quinta-feira, começamos a viver o que a igreja chama de “Tríduo Pascal”. Mas, antes disso, uma pergunta: O que é “Páscoa” pra vocês? Aposto que alguns se lembraram do ovo e do coelho, estou certo? Pois a partir de agora, vamos esquecer essa idéia impregnada pelo capitalismo e lembremos: Páscoa (do hebraico: passagem) é ressurreição. Então o “Tríduo Pascal” é formado por três dias de intensa preparação para o milagre da vitória.

            De forma resumida, começamos a vivê-lo na quinta pela manhã, com a missa dos Santos Óleos (quando é feita a benção dos óleos usados nos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Unção dos Enfermos). De noite, lembraremos da ceia do senhor (quando Jesus transformou vinho e pão em corpo e sangue) e do lava-pés (gesto simbólico a humildade, ao lavar aos pés dos apóstolos, que deve ser repetida por todos nós).

            Na sexta-feira, viveremos o momento em que Jesus foi condenado por Pôncio Pilatos. Daí dar-se-á início ao período conhecido como Calvário, em que o nosso Senhor será despido de suas vestes, humilhado, cuspido, negado três vezes, chicoteado por dezenas de vezes, agredido de infinitas maneiras até ser crucificado. Ainda na cruz, antes de sucumbir à dor, como último gesto, pronunciou sete frases simbólicas (cuja última foi “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito” - Lucas 23; 46) e morreu. Jesus, filho de Deus, homem como nós, morre na cruz para a salvação dos nossos pecados. A igreja agora chora e lamenta a perda do seu senhor. O santíssimo não estará no sacrário nem na capela, Jesus está morto. Teremos a celebração da palavra, mas não haverá a consagração da eucaristia (vamos comungar a hóstia consagrada no dia anterior).

            No dia seguinte, temos a Vigília Pascal, que em alguns lugares é celebrada as 00h do sábado para o domingo (mas, na maioria das igrejas, começa as 20h00). É uma celebração muito bonita e rica em simbolismo, como o fogo, a luz e a água. Nela, comemoramos, cantamos glória e nos alegramos: Jesus venceu a morte e ressuscitou!

            Por fim, no domingo, temos a celebração da páscoa. É uma celebração alegre, com muitos louvores e graças. Agora estamos prontos para sermos melhores católicos. Tivemos a nossa penitência quaresmal, vivemos a semana santa, meditamos nos mistérios da fé, esperamos ansiosos e presenciamos a vitória do Bem sobre o Mal!

            Então, é ou não interessante viver esses dias? E vejam que esse é só um resumo de muitos outros detalhes interessantes e importantíssimos dessa semana. Aproveite, viva esse amor, mostre Deus que você não se esqueceu do filho Dele e faça-se presente, com a nossa comunidade, nas solenidades da semana santa.

E agora, para você que ainda não conheceu esse amor, faço um humilde convite: Conheça o nosso salvador! Experimente da graça que ele nos dá. Sinta-se amado, acolhido, entendido, perdoado. Sinta, talvez pela primeira vez, o que é o amor de verdade.

Para todos vocês, uma ótima semana santa!

Hélder Vinícius de Morais Siqueira

Família TJM