domingo, 24 de março de 2013

Homilia do Domingo de Ramos: O Senhor não fez do ser Deus uma usurpação


O Domingo de Ramos é marcado pela ambiguidade de atitudes e acontecimentos. Jesus é recebido com festa, mas depois é condenado à morte O povo que cantou “hosanas” também gritou “crucifica-o”, o Jesus triunfante na entrada em Jerusalém é aquele que seria humilhado na cruz. Também são contraditórios os personagens: Pilatos que não deseja a condenação, Pedro que se culpa pela sua covardia, Judas que trai o seu Mestre, o povo em geral...
Somos também contraditórios em muitos momentos de nossa vida. A integridade se caracteriza pela unidade de caráter, pela manifestação verdadeira do que realmente somos, a partir de nossos valores, de nossas escolhas mais profundas. Mas a incoerência nos persegue. Também somos Pilatos em nossas omissões, somos Pedro quando não temos coragem de assumir a radicalidade do Evangelho, somos Judas quando não acreditamos que o Senhor cumprirá o seu desígnio de amor. Somos aquela multidão que se une no momento de êxtase ao messias, mas o recusa diante da cruz.
“Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de um escravo...” (2ª. Leitura). Este texto de São Paulo é muito profundo, pois manifesta a radicalidade da encarnação. Deus não usurpou de sua divindade, mas assumiu a dor humana mais profunda.  Também se sentia tentado a escolher o triunfalismo, mas não assumiu esta atitude. Jesus não escolheu o poder, não escolheu a fama, nem o elogio. Se a exaltação do povo foi o caminho para a humilhação de Jesus, o esvaziamento humilde do Senhor foi o caminho para a sua exaltação: “Por isso, Deus o exaltou sobremaneira...”.
As escolhas de Jesus nos levam a refletir sobre nossas escolhas. Também podemos escolher estar em evidência. Podemos aplaudir indevidamente ou sermos aplaudidos. Podemos escolher uma atitude religiosa de êxtase, de gratificação fácil. Podemos também projetar nossas esperanças em algum líder revolucionário ou em um pregador. Quantas vezes usurpamos de nossos cargos ou papéis sociais... O crucificado nos convida a uma outra opção: escolher a discrição, o serviço simples sem reconhecimento. As escolhas constituem um paradoxo: o triunfo fácil nos destrói, enquanto o caminho da cruz nos leva a verdadeira vida.
A narrativa da paixão é do Evangelista Lucas. O terceiro evangelho deixa transparecer algo muito precioso no drama da condenação e morte de Jesus: ao morrer, o Senhor nos ensina a perdoar: deixa Judas o beijar, sem retrucar; olha com profundidade para Pedro enquanto o mesmo o nega; perdoa todos os seus assassinos, dizendo ao Pai que eles não sabem o que fazem; acolhe um bandido que na cruz clama por perdão. Se já é sublime ver Jesus curar o coração de Zaqueu, de Simão, da Samaritana, da adúltera arrependida, mais sublime ainda é vê-lo curar um pecador enquanto morre. Mesmo morrendo ainda sobram gotas de misericórdia, palavras cansadas e sofridas de amor. Diante deste amor, só podemos nos reconhecer pequenos.  Quanto o nosso coração ainda precisa se expandir para amar com profundidade...

Pe Roberto Nentwig

sábado, 23 de março de 2013

Programação da Semana Santa na Catedral


Domingo de Ramos (24 de março)
10:00 – Missa de Ramos (a missa mais completa do dia, celebrada por Dom Delson) 
17:00 – Missa
19:30 – Missa


Segunda-feira (25 de março) 
12:00 – Ofício da Semana Santa

Terça-feira (26 de março)
12:00 oficio da Semana Santa 
17:30 – Missa

Quarta-feira (27 de março)
12:00 – Ofício da Semana Santa
17:30 – Missa 
19:30 – Celebração Penitencial

Quinta-feira (28 de março)
08:30 – Missa dos Santos Óleos (presidida por Dom Manoel Delson)
12:00 – Ofício da Semana Santa
17:00 – Missa da Ceia do Senhor (presidida por Dom Manoel Delson) 
Vigília Eucarística após a missa, encerrando às 22:00 

Sexta-feira (29 de março)
10:00 – Via Sacra
11:00 – Celebração Penitencial
12:00 – Ofício da agonia de Jesus
15:00 – Celebração da Paixão do Senhor (presidida por Dom Manoel Delson)
16:00 – Procissão cm a imagem do Senhor morto.

Sábado (30 de março)
08:00 – Ofício da Semana Santa
20:00 – Missa da Vigília Pascal (presidida por Dom Manoel Delson)

Domingo de Páscoa (31 de março)
10:00 – Missa (presidida por Dom Manoel Delson) 
17:00 – Missa
19:30 – Missa

sexta-feira, 22 de março de 2013

Como viver a Semana Santa?

A Semana Santa deve ser um tempo de reflexão e reconstrução


Num clima de alegria e esperança, provocado pela ascensão ao pontificado petrino do Papa Francisco, iniciaremos - no Domingo de Ramos - mais uma Semana Santa com a entrada triunfal de Jesus na cidade de Jerusalém.
Aí começa uma nova fase na história do povo de Israel, quando todos se voltam para a cena da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
A Semana Santa deve ser um tempo de recolhimento, de interiorização e de abertura do coração e da mente para o Deus da vida. Significa fazer uma parada para reflexão e reconstrução da espiritualidade, essencial para o equilíbrio emocional e segurança no caminho natural da história de vida com mais objetividade e firmeza.
As dificuldades encontradas não são fracasso nem caminho sem saída. Elas nos levam a firmar a esperança na luta por uma vida sem obstáculos intransponíveis. Foi o que aconteceu com Cristo, no trajeto da Paixão, culminando com Sua morte na cruz. Em todo esse caminho, Ele passou por diversos atos de humilhação.
A estrada da cruz foi uma perfeita reveladora da identidade de Jesus. Ele teve de enfrentar os atos de infidelidade e rebeldia do povo que estava sendo infiel ao projeto de Deus, inclusive sendo crucificado entre malfeitores. Jesus partilha da mesma sorte e dos mesmos sofrimentos dos assassinos e ladrões de sua época.
Na Semana Santa devemos associar ao sofrimento de Cristo o mesmo que acontece com tantas famílias e pessoas violentadas em nosso tempo. Podemos dizer da violência armada, dos trágicos acidentes de trânsito, das doenças que causam morte, do surto da dengue, dos vícios que ceifam muita gente, etc.
Jesus foi açoitado, esbofeteado, teve a barba arrancada, foi insultado e cuspido. O detalhe principal é que nenhum sofrimento O fez desistir de Sua missão nem ter atitude de vingança. Ele deixou claro que o perdão é mais forte do que a vingança.
Devemos aprender com Ele e olhar a vida de forma positiva, sabendo que seu destino é projetado para a eternidade em Deus.

Dom Paulo M. Peixoto - Arcebispo de Uberaba (MG) 

Primeiro encontro - Crismandos 2013/2014

Caro(a) crismando(a), com muita alegria te recebemos no ultimo domingo (17/03);

ELE te chamou e você atendeu.
"A porta da vida é pequena e estreita, e poucos a encontram." (Mateus 7,14)
Nós, da Pastoral da Crisma da Paróquia Nossa Senhora da Conceição - Catedral Campina Grande, desejamos que você seja muito feliz nessa caminhada. Ficamos muito felizes em receber você.
"O caminho é longo, é preciso chegar até o fim. O caminho é pedregoso, é preciso desviar das pedras, quebrar as rochas e seguir adiante. O caminho é perigoso, é preciso construí-lo todos os dias, arrancando espinhos, derrubando barreiras, aterrando vales. Às vezes o caminho escurece, é preciso estar prevenido, não deixando a lâmpada sem azeite e estando sempre pronto para tudo o que acontecer..."
CRISMA - Confirmação da fé

Contamos com você, com sua perseverança e acima de tudo com sua amizade.
A coordenaçao

- Texto entregue aos crismandos.


CLIQUE AQUI para ter acesso as fotos de nosso primeiro encontro!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Formação dos novos catequistas (2013/2014)


No dia 03 de março, na Chácara Mariama, na cidade de Lagoa Seca, aconteceu à formação com os novos catequistas crismais da nossa Catedral. A formação foi dividida em palestras, onde foram abordados diversos temas importantes para os novos catequistas. Deste o estudo do Catecumenato, da Bíblia, e das nossas funções e missões.
A caminhada para os crismandos iniciou dia 9 de março com a missa as 19h30 na Catedral e houve o primeiro encontrão no ultimo domingo 17 de março na Catedral (as fotos em breve estarão aqui no nosso blog).
A equipe de Catequistas da Pastoral da Crisma se reúne nas terças feiras, na Catedral, onde além de planejamentos dos encontros e atividades confiadas se mantém em constante formação.
Lembremos queridos leitores do Blog da Crisma, que ainda estamos vivendo a QUARESMA, e que nunca é tarde para refletirmos e mudarmos para melhor. Viva sua Quaresma como ela deve ser vivida, com oração, jejum e partilha.
Esperamos que o Blog da Crisma esteja cada vez mais atuante durante esta caminhada, que possa facilitar ainda mais a comunicação entre a pastoral e os crismandos e que consiga ser mais uma ferramenta de evangelização.
Para ter acesso as fotos da formação CLIQUE AQUI.


domingo, 17 de março de 2013

Catequistas e Crismandos - 2013/2014

Com a alegria de iniciar mais uma caminhada [neste domingo (17/03) a partir das 14h na Catedral] segue no link os nomes dos Catequistas e Crismandos que vão trilhar juntos!


Confere aqui => RELAÇÃO DE CRISMANDOS  E CATEQUISTAS 2013/2014

quinta-feira, 14 de março de 2013

Saudação da CNBB ao Papa Francisco

Dom Leonardo Steiner, secretário geral da CNBB, em entrevista coletiva concedida à imprensa, na tarde desta quarta-feira, 13 de março, apresentou a saudação oficial da Conferência ao Papa Francisco.
leiaa saudação na íntegra:
SAUDAÇÃO DA CNBB AO NOVO PAPA
“Bendito o que vem em nome do Senhor!”(Sl 118,26)

Tomada pela alegria e espírito de comunhão com a Igreja presente em todo o mundo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB eleva a Deus sua prece de louvor e gratidão pela eleição do novo Sucessor de Pedro, Sua Santidade Francisco.
O tempo e as circunstâncias que antecederam a eleição de Francisco ajudaram a Igreja a viver intensamente a espiritualidade quaresmal, rumo à vitória de Cristo celebrada na Páscoa que se aproxima. O momento é de agradecer a bondade de Deus pela bênção de um novo Papa que vem para guiar os fieis católicos na santidade, ensiná-los no amor e servi-los na humildade.
A eleição de Francisco revigora a Igreja na sua missão de “fazer discípulos entre todas as nações”, conforme o mandato de Jesus (cf. Mt 28,16). Ao dizer “Sim” a este sublime e exigente serviço, Sua Santidade se coloca como Pedro diante de Cristo, confirmando-Lhe seu amor incondicional para, em resposta, ouvir: “Cuida das minhas ovelhas” (cf. Jo 21,17).
Nascido no Continente da Esperança, Sua Santidade traz para o Ministério Petrino a experiência evangelizadora da Igreja latino-americana e caribenha.
A expectativa com que o mundo acompanhou a escolha do Sucessor de Pedro revela o quanto a Igreja pode colaborar com as Nações na construção da paz, da justiça, da igualdade e da solidariedade.
Ao novo Papa não faltará a assistência e a força do Espírito Santo para cumprir esta missão e aprofundar na Igreja o dom do diálogo, em uma sociedade marcada pela pluralidade e pela diversidade, e o compromisso com a vida de todos, a partir dos mais pobres, como nos ensina Jesus Cristo.
           Ao saudá-lo no amor de Cristo que nos une e na missão da Igreja que nos irmana, asseguramos-lhe a obediência, o respeito e as orações das comunidades da Igreja no Brasil, para que seja frutuoso o seu Ministério Petrino.
Com toda Igreja, confiamos sua vida e seu pontificado à proteção da Virgem Maria, mãe de Deus e mãe da Igreja.
Bem-vindo Francisco! A Igreja no Brasil o abraça com amor!


Dom Belisário José da Silva                         Dom Leonardo Ulrich Steiner
Arcebispo de São Luis                                  Bispo Auxiliar de Brasília
Vice Presidente da CNBB                             Secretário Geral da CNBB
Fonte: CNBB

quarta-feira, 6 de março de 2013

A reconciliação


Nem sempre a visão que temos das coisas corresponde à realidade de sua existência. Às vezes, o que fica é a primeira impressão. Assim nossa visão fica errada das coisas. Podemos até dizer que tipo de visão nós temos de Deus, como é o meu Deus e o seu Deus. Isto deve ser trabalhado dentro de nós.
A reconciliação é um processo de mudança, quem sabe até uma volta às origens! No âmbito da fé e do contexto da quaresma, é retorno ao caminho de perfeição, aos princípios do Evangelho. Perdemos o rumo e ele deve ser reencontrado. Foi o que aconteceu com o filho pródigo que, após um processo de mudança de vida, volta para a casa do pai.
Não podemos viver perdidos na vida, sem rumo certo e sem esperança. Mesmo nas dificuldades e submundo da cultura, a vida não perde sua dignidade. O importante é não entregar-se à própria vulnerabilidade, mas descobrir a estrada que conduz ao bem. Ser capaz de ultrapassar barreiras e estruturas difíceis e exigentes.
É visível na pessoa humana o desejo profundo de acolhida e de ser reconhecida e tratada como gente. Torna-se muito relevante o pai que acolhe o filho e o ajuda no crescimento de sua autoestima, no dar valor à vida sem nenhuma reserva. Para isto é preciso superar todo tipo de ressentimento sobre as fraquezas que o filho tem.
Os erros são quebra de aliança, que podem interromper uma convivência sadia e fraterna. A reconciliação é retorno à fraternidade, essencial para a pessoa ser feliz. É este o grande ideal da quaresma, tendo em vista a realização da Páscoa, do encontro com uma Pessoa, com Jesus Cristo ressuscitado e presente em nós.
Todo cristão deve ser “provocador” de reconciliação. A inimizade faz mal, adoece a pessoa e a desestrutura em sua identidade. A nossa perspectiva deve ser a mesma de Jesus. Isto nos faz novas criaturas, renascidos com atitudes novas e de espírito novo. Quem experimenta a reconciliação com Deus, quer reconciliar-se com o irmão.

Texto de:
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.